Réu Luís Felipe Britto foi ouvido durante o Tribunal do Júri nesta quarta-feira (3), em Leme (SP). Julgamento da mulher, que é acusada de tortura, não tem data para ocorrer. Luís Felipe Britto é julgado pela morte da enteada de 1 ano e 10 meses em Leme
Ana Marin/g1
Acusado de matar a enteada de 1 ano e 10 meses, Luís Felipe Britto negou o assassinato da enteada Lorena Capelli e culpou a mãe da criança, durante seu depoimento no Tribunal do Júri, que ocorre nesta quarta-feira (3), em Leme (SP). Ele ainda disse que foi obrigado a assumir o crime. (veja mais aqui).
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“Eu nego, não fiz isso. Meu erro foi ser omisso, mas eu nunca acreditei que ela teria coragem de matar a menina”, declarou.
O julgamento ainda está em andamento e o g1 acompanha.
Padrasto acusado de matar enteada é julgado por trinunal do júri em Leme
Britto é acusado de tortura contra criança por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Segundo a Polícia Civil, a causa da morte da menina foi apontada como síndrome da criança espancada.
O julgamento da mãe, Natália Nogueira, que é acusada de tortura, não tem data prevista.
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Britto disse que cuidava da menina com carinho, já que Natália desfazia e a maltratava.
“Eu que fazia mamadeira, trocava a menina, levava na escola, médico, em tudo. E a Natália brigava comigo, dizia que eu não era o pai, que não precisava cuidar tanto”.
Ele ainda disse que via os hematomas na criança e que a antiga companheira dizia que a menina tinha caído, tinha batido em móveis e se machucado sozinha.
‘Obrigado a assumir crime’
Sobre seu depoimento à polícia no qual confessava que tinha jogado a criança em um colchão e que ela havia batido a cabeça contra a parede, o réu disse que foi obrigado a assumir algo que não fez e, durante o interrogatório, o delegado dizia: “Fala que você fez isso, fala que você jogou a menina, fala que ela bateu a cabeça” e que “assinou o depoimento sem ler”.
O g1 não conseguiu contato com o delegado Carlos Eduardo Malaman para comentar as acusações. A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública e aguarda posicionamento.
Tribunal do Júri
Padrasto é julgado por morte de menina de 1 ano e 10 meses
Ana Marin/g1
O júri popular de Britto ocorre quase cinco anos depois do crime, que aconteceu em abril de 2019. O julgamento começou às 9h30.
Além do réu, foram ouvidos o delegado do caso, uma investigadora de polícia, um vizinho do casal, a diretora da escola onde a criança estudava, a ex-babá, o pai de Lorena e a avó materna da criança.
A previsão é que a sentença saia ainda nesta quarta-feira (3).
Luta por Justiça
Lorena morreu após agressão do padrasto em Leme (SP)
Sabrina Albuquerk/Arquivo pessoal
Durante seu depoimento, a avó materna de Lorena, Sabrina Albuquerk, se emocionou diversas vezes. Ela disse que espera Justiça.
“Eu pedi pra Natália deixar a menina comigo, para eu criar, ela disse que ia pensar, mas não deu tempo. Nesse pensar, aconteceu.”
A mulher, tem a guarda definitiva de outro filho de Natália que também sofria maus-tratos, disse ainda que a filha não tinha vocação para ser mãe.
“A Natália sempre me deu trabalho. O negócio dela é dinheiro, roubava meus cartões de crédito. Ela é um monstro, não podia ser mãe”.
Já o filho mais novo, fruto do relacionamento de Natália com Britto, está sob a guarda do pai dela.
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