21 de setembro de 2024

O que se sabe e o que falta saber sobre o submarino achado por pescadores na Amazônia

Embarcação foi encontrada em fevereiro deste ano por pescadores do município de São Caetano de Odivelas, no nordeste do Pará. Perícia identificou que o veículo foi feito de maneira artesanal, mas com alta qualidade e resistência. Submarino foi encontrado por pescadores em praia no nordeste do Pará e apreendido pela polícia
Reprodução
Em fevereiro deste ano, pescadores do município de São Caetano de Odivelas, no nordeste do Pará, encontraram em uma praia um submarino feito de maneira artesanal. A embarcação está apreendida na base naval de Belém.
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Uma perícia conduzida pela Polícia Científica do Pará identificou que o submarino tem capacidade para transporte de qualquer carga de até 6 toneladas.
O g1 preparou um material com as principais informações sobre o caso. Veja abaixo tudo o que se sabe e o que falta saber:
Quando o submarino foi encontrado?
De que material o submarino foi feito?
Quem construiu essa embarcação?
Qual o tamanho da embarcação?
Qual a quantidade máxima de itens que poderiam ser transportados?
Qual a dificuldade de fazer a parte elétrica desse tipo de veículo?
Quem está conduzindo a investigação do caso
Perícia em submarino vai orientar investigações.
Ascom/PCEPA
1. Quando o submarino foi encontrado?
O submarino estava em uma praia na areia, encostado em algumas árvores e, vazio, quando os pescadores o encontraram no dia 21 de fevereiro. Quando as equipes chegaram ao local, a maré já havia subido e a embarcação estava na água.
2. De que material o submarino foi feito?
Segundo o perito Evaldo Soares, da Polícia Científica do Pará, o submarino não foi fabricado por uma empresa naval, mas sim de forma artesanal, utilizando fibra e resina.
“Apesar de ter sido feito de maneira artesanal, o submarino foi executado com alta qualidade e resistência, que lhe dão capacidade para fazer longas viagens”, disse.
O engenheiro naval e doutor em engenharia naval e oceânica, Pedro Lameira, disse que não é comum termos esse tipo de construção na região.
“Porém nota-se um aumento da frequência com que esse tipo de embarcação tem aparecido. Isso é algo atípico e não podemos ter certeza se foi construída por aqui”.
Imagens mostram o submarino por dentro, no momento em que o Grupamento Fluvial de Segurança (Gflu), composto por Polícia Civil e Militar e Corpo de Bombeiros analisava a embarcação para apreendê-lo — veja no vídeo abaixo.
Imagens mostram parte interna de embarcação apreendida pela polícia
3. Quem construiu essa embarcação?
Para o engenheiro naval Pedro Lameira, o submarino foi construído com auxílio de alguém que tem uma mínima noção de condições de flutuabilidade e estanqueidade, mas não é possível dizer que tipo de profissional auxiliou.
Pedro Lameira explica que a vedação para que a pressão da água não entrasse no submarino não foi difícil nesse caso por causa do material usado.
“A estanqueidade em estruturas de fibra não é tão difícil para baixar profundidades (caso esse que deve ser o modo operacional desse submersível)”.
Peritos identificaram que o submarino não foi fabricado por uma empresa naval, mas sim de forma artesanal.
Ascom/PCEPA
4. Qual o tamanho da embarcação?
A embarcação tem 19 metros de comprimento por 2,90 metros de largura na área externa – dimensão parecida com a de um caminhão trator.
Internamente, a cabine tem profundidade de 1,70 metros, enquanto outras partes possuem 70 cm de profundidade.
“Essas medidas sugerem que a embarcação era semi-submersível, já que parte da cabine não era submersa”, afirmou Evaldo Soares.
5. Qual a quantidade máxima de itens que poderiam ser transportados?
A perícia apontou que as dimensões e as divisões dentro do submarino mostram que o veículo podia fazer o transporte de qualquer carga de pelo menos 6 toneladas.
“O submarino estava equipado para acoplar pelo menos três motores de propulsão, embora esses componentes não tenham sido encontrados. A ausência de outros controles e equipamentos sugere que o submarino foi abandonado por seus usuários”, disse Evaldo Soares.
Existe a suspeita de que a embarcação poderia ser usada para o tráfico de drogas. O g1 questionou a Polícia Civil sobre a suspeita, que informou que aguarda o laudo da Polícia Científica.
Segundo a Polícia Federal, a investigação, a partir de inquérito aberto, deve apontar se a embarcação foi utilizada em atividade criminosa.
Pescadores encontraram um submarino abandonado em São Caetano de Odivelas.
6. Qual a dificuldade de fazer a parte elétrica desse tipo de veículo?
O engenheiro naval disse que por se tratar de uma embarcação clandestina, a parte elétrica e as redes de esgoto têm baixíssima segurança e devem ser totalmente insalubres.
7. Quem está conduzindo a investigação do caso?
O caso está atualmente sob a condução da Delegacia Fluvial do Pará. Porém, ainda em fevereiro, a Polícia Federal chegou a abrir um inquérito e realizar perícias.
Questionada, a PF não informou quando e por que o caso foi repassado para competência da Polícia Fluvial do estado.
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