27 de dezembro de 2024

Mato Grosso do Sul registra 31 feminicídios e 78 tentativas até novembro, aponta boletim


A comparação dos dados de registros de violência doméstica com o ano passado sugere que o número pode até superar o contabilizado em 2023. Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande
Sejusp-MS/Divulgação
De janeiro até o dia 19 de novembro de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 31 feminicídios e outras 78 tentativas. Só Campo Grande contabilizou 15 tentativas de feminicídio e 9 casos consumados, conforme dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP-MS) divulgados recentemente pelo Boletim do Observatório da Mulher de Campo Grande.
Na quarta-feira (27), a indígena Vanderli Gonçalves dos Santos, de 48 anos, foi morta a tiros na cabeça, na Aldeia Jaguapiru, na Reserva Indígena Federal de Dourados (MS), em um caso de feminicídio. O marido, de 47 anos, foi preso no dia seguinte como principal suspeito pelo crime.
Além dos feminicídios e tentativas de feminicídio, outros tipos de violência foram registrados no estado. Em 2023, o estado registrou 1.223 casos de perseguição (stalking) e 602 ocorrências de violência psicológica contra mulheres. Também houve 2.471 casos de estupro de mulheres, sendo 688 em Campo Grande.
Os números podem indicar também um aumento na procura por ajuda em razão da conscientização. Em 2023, Mato Grosso do Sul teve o maior número de denúncias de violência doméstica dos últimos dez anos, com 22.696 ocorrências. Deste total, 20.788 envolviam vítimas do sexo feminino, enquanto 1.749 eram de vítimas masculinas. No mesmo ano, Campo Grande registrou 7.410 denúncias, sendo 6.778 de mulheres e 609 de homens.
Em 2024, até o dia 19 de novembro, o estado já havia contabilizado 19.274 denúncias, com 6.232 ocorrências somente na capital.
Segundo o Boletim do Observatório da Mulher de Campo Grande, esses números demonstram que a violência contra as mulheres permanece fortemente enraizada nas estruturas sociais da região, refletindo um cenário de controle e poder, além de uma possível resistência aos avanços na busca por igualdade de gênero.
A comparação entre os dados de 2023 e 2024 sugere que o número de ocorrências de violência doméstica neste ano pode superar o registrado no ano passado.
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