Venezuela assina lei que anexa parte do território da Guiana
Depois de Nicolás Maduro ter dado mais um passo na direção de tensionar a relação com a Guiana, a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respira aliviada com a mudança de tom e as críticas que o petista tem feito às últimas atitudes do colega venezuelano.
Até então, Lula tinha uma posição favorável a Maduro, defendendo o presidente da Venezuela quando era criticado por perseguir a oposição no seu país e ameaçar invadir a Guiana.
A mudança de tom do brasileiro veio principalmente depois que Maduro praticamente impediu o registro da candidata da oposição, Corina Yoris. Ela assumiria o lugar de Maria Corína Machado, outro nome da oposição que foi retirado do páreo das eleições marcadas para julho na Venezuela.
Agora, Nicolás Maduro quebra um acordo firmado com o próprio presidente Lula, de que não iria adotar novas ações para tensionar a relação com a Guiana. Na avaliação de assessores do presidente brasileiro, Maduro estava “abusando” da boa vontade em relação a ele.
“O Lula se desgastava defendendo Maduro, combinava algo com ele, e Maduro fazia exatamente o contrário do que havia sido combinado. Agora, se repetiu”, avaliou um auxiliar do petista.
O venezuelano promulgou, na noite desta quarta-feira (3), uma lei que cria a província da Venezuela em Essequibo, um território da Guiana. A medida tem sido usada como bandeira de campanha do presidente venezuelano na busca pela reeleição.
Maduro passou a defender a anexação do território depois que o país vizinho descobriu grandes reservas de petróleo de excelente qualidade, o que tem levado a Guiana a registrar taxas de crescimento econômico elevadas.
Lula já garantiu à Guiana que não vai apoiar qualquer ação da Venezuela de invasão de seu território.
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