25 de dezembro de 2024

Indústria e serviços lideram injeção de recursos do 13º salário na Região Metropolitana de Piracicaba


Levantamento do Observatório da RMP com dados do Dieese e Ministério do Trabalho apontam que o 13º vai injetar um total de R$ 2,03 bilhões na economia da região.
Indústria metalúrgica em Piracicaba
Ronaldo de Oliveira/ EPTV
O pagamento do 13º salário deve injetar R$ 2,03 bilhões na economia da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) até dezembro. A estimativa é de levantamento do Observatório da RMP, com base em dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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A organização aponta que a média do 13 salário deve ser de R$ 3.819,91 no Brasil e R$ 4.344,86 no Estado de São Paulo para a categoria de trabalhadores assalariados, inclusive empregados domésticos com carteira assinada, que representam 61,7% dos brasileiros que recebem o 13º na categoria “trabalhadores ativos”.
No cálculo, não foram considerados os beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da união, estado e municípios. Esses representam 37,1% do total de indivíduos que também receberão o 13º, mas não são considerados trabalhadores ativos do mercado formal.
O levantamento aponta que na região, até outubro, havia 482.668 pessoas empregadas, segundo o Ministério do Trabalho.
Distribuição por setor
De acordo com o estudo, a maior parcela dos recursos a serem distribuídos na região será para os setores de serviços e indústria, somando 80,6% do total. Veja no gráfico abaixo:

Em valores absolutos, a divisão é a seguinte:
Serviços: R$ 815,2 milhões
Indústria: R$ 822,3 milhões
Comércio: R$ 296,2 milhões
Construção civil: R$ 57,4 milhões
Agropecuária: R$ 41,5 milhões
Os pesquisadores destacam que, na região, a participação da indústria (40,5%) na injeção do 13º é pelo menos duas vezes maior do que no Brasil e no Estado de São Paulo, devido à sua participação mais elevada na geração de empregos formais.
Distribuição por cidades
Piracicaba, Limeira, Rio Claro e Araras, as cidades mais populosas da RMP, concentram a maior parcela dos recursos a serem distribuídos, representando 72,6% do total. Veja na tabela:

“As cidades com maior participação dos setores de serviços e da indústria tendem a gerar maiores volumes de recursos advindos do 13º, já que são aqueles que pagam salários médios maiores, como mostra a pesquisa do Dieese”, destaca o estudo, assinado pela professora Cristiane Feltre, da Escola de Negócios da PUC-Campinas, e Eliana Tadeu Terci e Carlos Eduardo de Freitas Vian, do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP.
Destinos do dinheiro
Os autores observam que os dados não permitem identificar os locais de residência ou gasto do 13º pelos trabalhadores. No entanto, eles destacam a importância do recurso para os trabalhadores e a economia.
“O pagamento do 13º, seja para trabalhadores ativos ou não, tem o potencial de estimular a economia regional, especialmente os setores de serviços e comércio que atendem diretamente o consumidor final”, explicam os acadêmicos.
Eles acrescentam que uma parcela também deve ser usada para pagamento de impostos e taxas que devem incidir sobre a população a partir de janeiro, como IPVA, IPTU e matrículas escolares.
“Ainda espera-se, também, que uma outra parcela possa ser gasta em municípios de destino turístico, não necessariamente localizados na região”, complementam.
Os professores ainda destacam que, para quem tem dívidas, é “altamente recomendável” que se priorize o uso do 13º para acertos de contas.
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