25 de dezembro de 2024

Após mais de 2 meses caminhando, jovem de Campo Grande conclui peregrinação do Vaticano a Fátima


Sherer Nogueira percorreu sozinho, por mais de dois meses, o trajeto que liga o Vaticano, na Itália, ao Santuário de Fátima, em Portugal. Sherer Nogueira andou mais de 3,2 mil quilômetros
Arquivo pessoal
Com o corpo marcado pelos quilômetros e a mochila pesada, o jovem de Campo Grande Sherer Nogueira concluiu, no dia 17 de novembro, a caminhada de 3.324 km que iniciou em 1º de setembro. Percorrendo sozinho, por mais de dois meses, o trajeto que liga o Vaticano, na Itália, ao Santuário de Fátima, em Portugal, ele enfrentou vários desafios que testaram o físico, o emocional e a fé.
Sherer caminhou em média 40 km por dia, chegando a realizar maratonas de até 60 km em um único dia. “Me senti de uma forma muito abençoado e forte, após tudo que vivi nessa jornada com vários obstáculos superados”, disse o jovem de 27 anos.
A peregrinação não foi apenas uma viagem, mas o cumprimento de uma promessa feita a Deus, em agradecimento pelas bênçãos recebidas, incluindo a oportunidade de realizar o sonho de levar sua mãe para a Europa.
Desde o começo, Sherer teve que lidar com muitos desafios, incluindo o peso da mochila de mais de 15 kg.
“Eu perdi sete quilos durante a peregrinação, e as dores nas costas foram intensas. Às vezes, tinha que decidir entre comer bem ou seguir caminhando”, contou ele, que teve que fazer opções difíceis para seguir adiante. Mesmo assim, sua fé sempre o acompanhou. “Em muitos momentos, eu me conectei inteiramente com Deus. Ele estava presente em cada pessoa que cruzava meu caminho e me ajudava de uma forma que eu não posso nem explicar”, relatou emocionado.

Tiveram também as limitações financeiras que o obrigaram a cortar uma parte do trajeto que planejou. “Eu queria fazer mais, seriam 88 km a mais, mas por questões financeiras, tive que encurtar. Então, caminhei 3.324 km. Eu me sentia bem fazendo isso, mas, se pudesse, teria aproveitado mais o caminho”, revela.
Apesar das dificuldades físicas e emocionais, Sherer também encontrou momentos de grande aprendizado. Durante os últimos 300 km, conheceu um grupo de peregrinos que se tornaram seus amigos, incluindo um alemão que fazia o Caminho de Santiago com sua cachorrinha.
Sherer Nogueira durante uma das paradas
Arquivo pessoal
“A história dele me tocou profundamente. Ele caminhava em memória da esposa, que havia falecido após um diagnóstico de câncer, e isso fez eu refletir sobre a superação, tanto física quanto emocional, que muitas pessoas vivem durante o caminho”, contou Sherer.
Para ele, a experiência foi transformadora. “Vivi cada dia no caminho como se fosse uma oportunidade de abrir meu coração para o mundo. Eu me senti vivo, como se estivesse fazendo o que realmente vim pra fazer nesse mundo”, compartilhou.
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Agora, de volta a Portugal, Sherer já tem planos. “Quero continuar viajando, conhecer mais lugares, e quem sabe fazer mais peregrinações. Já ouvi falar de outros caminhos, como o de Santo Olavo, na Noruega, e o do Japão, e com certeza vou viver outras experiências como essa”, diz sobre a experiência que não foi apenas física, mas um teste de perseverança e um momento de exercitar a fé. “Não é necessário estar dentro de um templo para ver Deus; Ele está nos momentos simples e nas pessoas ao nosso redor”, afirma.

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