21 de setembro de 2024

Começa júri popular de ex-policial penal réu pelo assassinato de tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu

50 minutos após início do júri, juiz suspendeu os trabalhos porque defesa do réu abandonou a sessão. Julgamento será retomado em 2 de maio. Acusação acredita em motivação política, mas defesa do réu nega. Cronologia: assassinato de tesoureiro do PT
50 minutos após o início do júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, nesta quinta-feira (4), o julgamento foi suspenso após a defesa do réu abandonar a sessão. O júri será retomado em 2 de maio.
Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
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O júri, presidido pelo juiz Hugo Michelini Junior, começou no Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu pouco mais de um ano e oito meses após o crime, que aconteceu na noite de 9 de julho de 2022.
Marcelo comemorava o aniversário de 50 anos com temática do PT quando foi baleado pelo ex-policial – na época simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro. Arruda revidou os disparos e chegou a ser atendido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022. Relembre cronologia do crime aqui.
Jorge Guaranho chegou em Foz do Iguaçu para o júri por volta das 22h de quarta-feira (3). Ele saiu da Cadeia Pública de Curitiba e a viagem durou cerca de 10 horas, segundo a defesa. Apesar de estar no fórum, o réu não chegou a entrar no plenário.
Começa o júri popular de Jorge Guaranho, no Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu
RPC
O que deveria ocorrer hoje
Antes da suspensão, estava prevista, inicialmente, a formação do Conselho de Sentença – o que não chegou a ocorrer.
Depois, seriam ouvidas as cinco testemunhas indicadas pela acusação e na sequência as cinco indicadas pela defesa. Entre elas, estavam familiares e amigos de Marcelo e Guaranho. O réu, Jorge Guaranho, seria ouvido por último.
Na sequência começariam os debates entre a acusação e a defesa. Promotor e defesa do réu teriam uma hora e meia cada para apresentar argumentos, com possibilidade de aumento de tempo se o juiz entendesse necessário.
Após os debates, o júri popular iria para a fase chamada de quesitação, quando os jurados seriam questionados se condenariam ou absolveriam o réu.
O petista Marcelo Arruda (esq.) foi morto por Jorge Guaranho (dir.), pelo então simpatizante do ex-presidente Bolsonaro
Reprodução
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O que dizem as defesas?
O advogado de defesa de Jorge Guaranho, Samir Mattar Assad, informou ao g1 que o não houve motivação política no caso e que o júri deixará isso claro.
“Não há motivação política e o réu não invadiu a festa atirando. Ele agiu em defesa própria porque a vítima empunhava arma. Buscaremos a absolvição de Jorge Guaranho, vítima da situação ocasionada pelo descontrole da vítima que o agrediu após discussão banal”, afirmou Assad.
Os advogados que representam a família de Marcelo Arruda afirmaram ao g1 que esperam que os jurados condenem Guaranho por homicídio qualificado pelo motivo fútil de intolerância político-partidária e por perigo comum ao disparar contra local onde estavam convidados da festa.
“Guaranho, depois de visualizar imagens de que Marcelo Arruda fazia sua festa de aniversário com o tema ‘PT’, baixou playlist com músicas da campanha de Bolsonaro e invadiu a festa aos gritos ‘Aqui é Boslonaro, Porra!’. […] A expectativa, portanto, é de uma condenação exemplar”, afirmam os representantes da família.
Como foi o crime?
O infográfico abaixo mostra a ordem dos acontecimentos do crime, segundo a Polícia Civil:
Entenda ordem dos acontecimentos no dia do assassinato do petista baleado em festa de aniversário, segundo a polícia
Arte/g1
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