10 de janeiro de 2025

Homem morre com ‘mata-leão’ durante internação à força para clínica de reabilitação em Leme


Família da vítima Bruno Willian Ambrósio Figueiredo contratou empresa especializada e jovem veio a óbito após abordagem no domingo (1º). Homem morre estrangulado durante trajeto para clínica de reabilitação em Leme
Um homem de 30 anos morreu em Leme (SP) após receber golpe de “mata-leão” durante o trajeto para ser internado em uma clínica de reabilitação no domingo (1º). A vítima foi identificada como Bruno Willian Ambrósio Figueiredo e chegou sem vida à Santa Casa. A Polícia Civil investiga o caso e até o momento ninguém foi preso.
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De acordo com o boletim de ocorrência, a família da vítima contratou a empresa “Torino Remoções”, de São Paulo, para realizar a internação à força e a equipe de remoção aplicou golpes de estrangulamento para conter Bruno. Ele não sabia que seria internado e não aceitou a abordagem. A empresa disse que o uso da força foi necessária devido à agressivadade do paciente (veja o posicionamento abaixo).
Segundo o B.O., a médica de plantão Amanda Dias Biolchi apontou várias lesões em volta do pescoço, e o laudo de exame de corpo de delito descreve a causa de morte supostamente por asfixia mecânica.
Bruno Willian morreu durante abordagem para ser internado em clínica de reabilitação em Leme neste domingo (1)
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Conversa pelo WhatsApp
O pai da vítima, Sérgio de Oliveira Figueiredo, conversou momentos antes por WhatsApp com um dos funcionários da equipe de remoção. O pai avisou que o filho talvez ficasse revoltado e agressivo com a internação forçada. Três funcionários realizaram a abordagem da vítima, que morava com a avó e estava em um dos quartos da casa.
“Só para te alertar, se caso ele não for por bem, você sabe que ele pode ofender vocês, xingar, isso é normal, né ? A pessoa ir contra a vontade dela, fica agressiva e xingando, mas o irmão já é experiente nessa área, né?”, disse o pai.
O funcionário tranquilizou Sérgio e disse que tinha mais de 5 anos de experiência nos procedimentos. Porém, durante o trajeto, o homem teria aplicado golpes de estrangulamento para conter Bruno.
“Quanto a isso é normal, a gente não leva para o pessoal, a gente já conhece e sabe qual é o problema. A pessoa não quer se internada, é tranquilo, mas é aquilo que te falei, se ela não vir na conversa, a gente faz a abordagem mecânica, tanto para ele não agredir a equipe, né? A gente amarra ele, mas tranquilo, depois trocamos umas ideias e desamarra depois, conforme ele se comportar. Quanto a isso é tranquilo, cara, pode ficar sossegado. Trabalha com isso há 5 anos, já vi de todo tipo de conduta já”, comentou o profissional.
O que diz a empresa
A advogada Helena Maria Balduino de Moraes, da empresa Torino Remoções, comentou que o paciente estava muito agressivo e foi necessário o uso da força durante a abordagem.
“A família quando tem dependente químico faz contato com clínica de reabilitação e a clínica faz contato com empresa de remoção que faz a condução do paciente. Já no caminho, o pai já disse que ele estaria alterado e teria usado droga, e o socorrista avisou que fazem a condução coercitiva, já que a família se responsabiliza pela internação, e se necessário fariam manobras mais firmes para conduzir ele. Tudo isso já está no formulário que a família assina e autoriza, e chegando lá ele estava muito violento, e foi feito imobilização manual inclusive com a bandagem, amarrando pés e mãos. Depois que ele foi imobilizado, soltaram ele ficou mais calmo e perceberam que ele estava com batimento cardíacos mais leves e foi aí que equipe resolveu levar para Santa casa. Foi feito manobras como respiração boca a boca e foi usado cilindo de oxigênio, mas ele chegou sem vida (na Santa Casa)”, contou.
Ela disse que ele seria levado primeiro para um atendimento psiquiátrico e depois para uma clínica, mas não soube informar em qual cidade Bruno seria internado.
Sobre as lesões apresentadas no pescoço , a advogada contou que a vítima pode ter se debatido. ” Foi feita a manobra para conter e outro (profissional) veio por trás para amarrar os braços e pode ser que ele tentou se debater e teve mais lesões nessa parte do corpo”, disse.
A advogada informou no histórico da empresa isso nunca aconteceu, e que os profisisonais envolvidos tinham formação e especiliazação para realizar o procedimento. Ela também informou que os funcionários ficaram com ferimentos leves e foram liberados.
A família está muito abalada e aguarda explicações. O corpo da vítima está no Instituto Médico Legal (IML) em Limeira (SP). O enterro será nesta tarde no Velório Antônio Luiz Dellai em Leme e o enterro será às 17h no Cemitério Sao João Batista.
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