9 de janeiro de 2025

Ditador da Síria Al Assad tenta impedir que rebeldes e terroristas islâmicos avancem contra a capital


Em uma ofensiva surpresa, extremistas do Hayat Tahrir al-Sham, ou Organização para a Libertação do Levante, conquistaram uma área que inclui Aleppo, a segunda maior cidade do país. Ditador da Síria Al Assad tenta impedir que rebeldes e terroristas islâmicos avancem contra a capital
Reprodução/TV Globo
Um conflito que tem se arrastado há mais de uma década no Oriente Médio voltou despertar atenção mundial. O ditador da Síria Bashar Al Assad tenta impedir que grupos rebeldes e terroristas islâmicos avancem contra a capital, Damasco.
Durante quatro anos, a guerra civil da Síria parecia adormecida até que o conflito voltou a se agravar.
Em uma ofensiva surpresa, extremistas do Hayat Tahrir al-Sham, ou Organização para a Libertação do Levante, conquistaram uma área que inclui Aleppo, a segunda maior cidade do país. O Hayat Tahrir surgiu como uma filial da Al Qaeda.
Nesta segunda-feira (2), caças da Síria e da Rússia – aliada do ditador Bashar al-Assad – bombardearam Idlib, reduto do grupo. Bashar al-Assad disse que “terroristas só entendem a linguagem da força e é essa linguagem que vai esmagá-los”. Os rebeldes aproveitaram-se de que aliados do ditador hoje têm outras prioridades.
A Rússia invadiu e trava uma guerra com a Ucrânia. O Irã sofreu retaliações de Israel por apoiar terroristas do Hamas, em Gaza, e ao Hezbollah, no Líbano. E o próprio Hezbollah está enfraquecido após as forças israelenses eliminarem os chefes do grupo.
O cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, diz que não é uma coincidência a ofensiva ter começado no dia seguinte ao cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
“Aqueles que eram os três principais aliados do governo Assad, Hezbollah, Irã e Rússia estão meio que fora desse envolvimento direto com o conflito, o que abriu uma oportunidade para que os rebeldes tentassem retomar certas posições estratégicas dentro do país. Aleppo, sendo a segunda maior cidade da Síria, é o primeiro destino que eles ocuparam nesses últimos dias”.
A guerra civil da Síria começou em 2011, durante a Primavera Árabe. Em 13 anos de conflito, extremistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico consolidaram posições, cada um em uma região do país.
O governo central, de Bashar al-Assad, controla a maior parte do território. O professor diz que o acirramento do conflito pode ter consequências em todo o Oriente Médio.
“XX Já está tendo que contar com o poder aéreo russo, por exemplo, para poder manter minimamente as suas posições… E isso representa não só uma dificuldade para o governo da Síria de manter suas posições, de manter o seu como todo o país, mas pode criar um vácuo de poder, acirrando ou escalando ainda mais as guerras que a gente vê acontecendo no Oriente Médio, entre Israel e o Hezbollah, no Líbano, entre Israel e Gaza, entre Irã e Israel”.
O porta-voz do Departamento de Estado Americano, Matthew Miller, disse que chegou a hora de os sírios começarem um processo político para pôr um fim à guerra civil. E pediu que países influentes na região, como Rússia e Irã, apoiem as negociações.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne na terça-feira (3) em Nova York para discutir o conflito.

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