28 de dezembro de 2024

Um em cada três moradores de Campinas tem acesso restrito a alimentos saudáveis


Mapeamento realizado pelo Governo Federal em municípios com mais de 300 mil habitantes revelou que 33,36% dos moradores de Campinas (SP) vivem em áreas chamadas de desertos alimentares. Campinas tem 380 mil pessoas em áreas com baixa disponibilidade de alimentos saudáveis
Um mapeamento realizado pelo Governo Federal em municípios com mais de 300 mil habitantes revelou que 380.062 dos moradores de Campinas (SP) vivem em áreas chamadas de desertos alimentares, o que corresponde a 33,36% da população. [veja gráfico abaixo]
🔎 Os desertos alimentares são áreas em que o acesso a alimentos saudáveis são limitados de 0 a 5 estabelecimentos que vendem alimentos saudáveis em até 15 minutos de caminhada para cada 1 mil habitantes.
Setor de hortifruti de um supermercado
Reprodução/EPTV
Outras 263.886 pessoas, 23,16% do total de moradores, vivem em áreas chamadas de pântanos alimentares, onde existe alta concentração de locais que vendem alimentos ultraprocessados e escassa oferta de produtos saudáveis. [veja gráfico abaixo]
O mapeamento foi realizado em parceria com pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), de Piracicaba (SP).
Ela tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas visando uma maior qualidade nutricional, com especial atenção aos locais onde residem pessoas e famílias em situação de baixa renda e aos territórios periféricos.
“A ideia é que o gestor possa olhar onde está a população de baixa renda e os mais vulneráveis que estejam em insegurança alimentar e ele possa trazer equipamentos e outras soluções que ajudem a mitigar o problema da insegurança alimentar e nutricional”, fala Rodrigo Fernando Maule, pesquisador do grupo de políticas públicas da Esalq (USP).
Apesar do acesso a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente ser um direito constitucional, muito pessoas enfrentam dificuldades para se alimentar de forma saudável, principalmente pela disponibilidade de alimentos ultraprocessados.
Programa de alimentação solidária
Um em cada três moradores de Campinas tem acesso restrito a alimentos saudáveis
Reprodução EPTV
Em Campinas, uma iniciativa tenta enfrentar essa realidade. O ISA, Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação, arrecada doações de frutas, verduras e legumes dos comerciantes da Ceasa e distribui para cerca de 33 mil pessoas por mês diretamente para famílias em bairros de vulnerabilidade social.
Maria Carolina Becaro, gerente no ISA, fala sobre a importância de políticas públicas para acesso à comida saudável e a ONG contribui para o acesso emergencial da população inserida em situação de insegurança alimentar fazendo um mapeamento e cadastramento.
“A gente pode afirmar que 90% das nossas famílias têm algum tipo de doença crônica, não transmissível, relacionada à alimentação. Hipertensão, diabete, colesterol, triglicérides muito alto, obesidade que hoje é uma realidade”, diz Maria Carolina Becaro
Ela ressalta que é muito caro para o SUS tratar dessas pessoas e que é preciso investir na alimentação saudável para acabar com esse ciclo. Se não fossem doações como essas, famílias mais carentes não teriam acesso a alimentos com mais nutrientes, fundamentais para uma boa saúde.
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