21 de setembro de 2024

Plantio de árvores tem ajudado a reverter um dos maiores desastres ambientais de Mato Grosso do Sul

O Instituto de Meio Ambiente do estado pretende plantar 2 milhões de mudas nos próximos quatro anos. Plantio de árvores tem ajudado a reverter um dos maiores desastres ambientais de MS
No Centro-Oeste do Brasil, o plantio de árvores tem ajudado a reverter um dos maiores desastres ambientais de Mato Grosso do Sul.
Uma área de 80 hectares ganhou 100 mil mudas de espécies nativas do cerrado.
“A gente tem jatobá, tem pequi, tem ipê, tem ingá. E todas elas são importantes, porque a gente está restaurando essa vegetação nativa. Então, quanto mais diversidade de espécie a gente conseguir colocar e mais conseguir imitar o ambiente natural, é o melhor”, afirma a engenheira florestal Martha Gutierres.
O Instituto de Meio Ambiente de Mato grosso do Sul (Imasul) pretende plantar 2 milhões de mudas nos próximos quatro anos. O trabalho tem sido feito em bacias do Cerrado, onde nascem afluentes do Rio Taquari, um dos principais de Mato Grosso do Sul.
“Se você explora essa atividade sem fazer as técnicas adequadas de conservação de solo, de água, ele vai iniciar então o processo erosivo. Então, a ideia é recuperar a vegetação para que a gente tenha cobertura do solo, todas as raízes ali, que estão protegendo também e segurando esse solo, para evitar que a água leve o sedimento para dentro do rio”, explica André Borges, presidente do Imasul.
A areia que sai da erosão é transportada pela água da chuva e descaracteriza a paisagem. Ali, por exemplo, ela tomou conta do lugar onde quase não existe vegetação. E o sedimento se torna ainda mais prejudicial quando segue rumo a cursos d’água, como aconteceu com o Rio Taquari.
Rio Taquari: o que um dos maiores desastres ambientais do Brasil ensinou sobre preservação
O problema, que começou ainda na década de 1970, é considerado o maior desastre ambiental de Mato Grosso do Sul. A terra tomou o leito do rio, que ficou seco em alguns pontos. Isso alterou o curso da água, provocando inundações. Afluente do Rio Paraguai, o maior do Pantanal, o Taquari alaga, atualmente, 200 mil hectares do bioma.
Com o plantio sendo feito há um ano, o Instituto de Meio Ambiente do estado já registrou o retorno de animais silvestres nas regiões em recuperação.
“Os monitoramentos já indicam a melhora na qualidade da água, com a diminuição significativa do sedimento, até quatro vezes menos sedimento para dentro da água — ou seja, menos areia, menos terra. Uma melhora de um bioindicador muito importante que são os peixes. Nós estamos trabalhando o monitoramento do sequestro de carbono para poder fazer a geração de crédito de carbono a partir da recuperação dessa área”, diz André Borges.
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