21 de setembro de 2024

Com retroescavadeira no telhado, demolição do edifício São Pedro é suspensa por risco aos trabalhadores

Edifício na orla da capital cearense teve demolição suspensa devido a risco aos trabalhadores. Com retroescavadeira no telhado, ministério suspende demolição do edifício São Pedro por risco aos trabalhadores
Ministério do Trabalho/Divulgação
O Ministério do Trabalho embargou, nesta sexta-feira (5) a demolição do edifício São Pedro, no litoral de Fortaleza. Conforme auditores que fiscalizam o local, a forma como a demolição é realizada põe os trabalhadores em risco.
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Um dos pontos destacado pelos auditores como um perigo aos trabalhadores é a operação de uma máquina retroescavadeira suspensa por um guidaste no telhado do prédio, que corre grave risco de desabar.
O processo de demolição está parado e só deve ser retomado com a readequação do processo, conforme o Ministério do Trabalho.
Conforme a Prefeitura de Fortaleza, o São Pedro será demolido por estar em “situação precária e risco de desmoronamento”, conforme anunciou o prefeito José Sarto.
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O prédio foi inaugurado em 1951, sendo o primeiro a ter mais de três andares na Praia de Iracema. Ele surgiu como Iracema Plaza Hotel, consolidando uma era de luxo e lazer à beira do mar para os boêmios e visitantes da capital cearense. Era o começo da ocupação hoteleira na praia, que até então abrigava casas de veraneio.
O Edifício São Pedro era referência de luxo e boemia para os fortalezenses, tanto pela movimentação do hotel como pelo uso residencial. A proximidade com o mar e o clima festivo dos eventos sociais marcaram a memória de quem passou pelo imóvel.
Desde a década de 1950, o edifício tinha o uso dividido entre as atividades do hotel e apartamentos residenciais
Arquivo Nirez
Quando gravou o documentário “Lastro – Memórias do Edifício São Pedro”, a motion designer Rebeca Prado, de 32 anos, encontrou várias pessoas que compartilharam lembranças sobre o lugar.
Dentre elas, uma das moradoras que ainda resistiam no prédio, ressaltando que pagava caro pelo aluguel e que estava em situação regular. O ano era 2014. E o cenário já era de incertezas quanto ao futuro do imóvel.
Um primeiro processo de tombamento do prédio em âmbito municipal já existia. No ano seguinte às gravações, vieram a desocupação do prédio e um longo período de idas e vindas nas tentativas de preservar ou transformar o lugar.
Confira aqui a linha do tempo das decisões sobre o destino do edifício.
O Edifício São Pedro esteve no centro de debates e decisões que tentaram o tombamento do imóvel
Natinho Rodrigues/SVM
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