21 de setembro de 2024

Levantar custo de produção é fundamental para criador contratar seguro de preço na pecuária, aponta especialista

A dica foi apresentada nesta sexta-feira (5) no encontro da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce (Novilho Precoce MS), na 84ª Expogrande. Encontro da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce (Novilho Precoce MS), promovido dentro da programação da 84ª Expogrande
Anderson Viegas/g1 MS
Levantar o custo de produção por animal, o que inclui a soma de todas as despesas, que vão desde a aquisição, desmama, nutrição e sanidade, até os gastos com a estrutura para engordá-lo (energia, combustível, maquinário e mão de obra, entre outros), e dividindo esse valor pelo peso atingido em arrobas, é fundamental para que o criador tenha um parâmetro adequado para contratar um seguro de preço na pecuária, evitando que as flutuações de mercado impactem em sua rentabilidade.
A dica foi apresentada nesta sexta-feira (5) pelo consultor e fundador da revista Carta Pecuária, Rogério Goulart, no encontro da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores de Novilho Precoce (Novilho Precoce MS), promovido dentro da programação da 84ª Expogrande, em Campo Grande. “Ao redor de 1% desse valor [custo] é interessante para o produtor. Porque se lá na frente o valor oscilar, ele tem essa garantia. A lógica é simples e começa pelo criador sabendo o que está investindo na fazenda”.
Goulart também analisou o futuro da pecuária brasileira. “Na comparação com a agricultura, a pecuária ainda tem um desenvolvimento tímido”, apontou, acrescentando que a revolução produtiva do setor passa por melhoria genética, maior intensificação dos rebanhos e melhorias da nutrição e conversão alimentar. Nesse sentido, ele apresentou dois exemplos: “Um grande desenvolvimento está no rúmen do boi. Produzir uma quantidade maior de carne a partir do que ele ingere. Outra questão é a gestão das pastagens. É ainda muito rudimentar. Ainda existe muito a melhorar, investimento somente em pastagens”, pontua.
O presidente do Sistema Famasul, Marcelo Bertoni, ressalta que os criadores do estado há muito tempo já vêm investindo em tecnologia e inovação para aumentar a produtividade da pecuária. Ele cita que a produção do novilho precoce, um animal que vai para o abate com cerca de dois anos e resultando em uma carne com qualidade diferenciada, é um exemplo desse trabalho. “Além de um produto diferenciado, essa precocidade, que reduz em um ano o abate do animal, também é benéfica para o meio ambiente, na medida que entra na conta do carbono evitado, que deixa de ser emitido”.
Essa eficiência produtiva, segundo o presidente da Nelore MS, Rafael Gratão, é um dos pilares do trabalho da entidade. “Nosso foco é produzir um animal jovem e acabado de forma mais rápida, o que vai resultar em um custo menor e em uma melhor qualidade de carne… Esse produto premium já é reconhecido nos mercados interno e externo. No país, são grandes consumidores centros como as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, conclui.
Presidente da Nelore MS, Rafael Gratão
Anderson Viegas/g1 MS
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