22 de setembro de 2024

PF leva os dois detentos que ficaram 50 dias foragidos de volta ao presídio federal de Mossoró

A direção do presídio manterá Deibson e Rogério em celas afastadas e aumentou a vigilância sobre os dois. A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram os fugitivos nesta quinta-feira (4). PF leva os dois detentos que ficaram 50 dias foragidos de volta ao presídio federal de Mossoró
A Polícia Federal levou de volta ao presídio de Mossoró os dois detentos que passaram 50 dias foragidos. Eles estão em celas afastadas e com maior vigilância.
O juiz federal Walter Nunes conduziu a audiência de custódia de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, no próprio presídio federal de Mossoró. A audiência de custódia é o momento em que, diante do Ministério Público e da defesa, os juízes avaliam aspectos legais da prisão.
“Eles não contaram detalhes sobre como se deu a fuga. Falaram algumas coisas a respeito de como ocorreu a recaptura de ambos”, contou o juiz.
Depois de 50 dias de fuga, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram Deibson e Rogério nesta quinta-feira (4), na BR-222, em Marabá, estado do Pará. Eles viajavam em um comboio de três carros com outros quatro homens:
Eliezer Bruno Pacheco dos Santos, que já respondia a processos por crimes contra a vida;
Juarez Pereira Feitoza, processado por tráfico de drogas;
Italo Santos Sena; e
Jefferson Augusto Magno Favacho.
Os quatro permanecem no Pará. Rogério e Deibson chegaram escoltados ao Rio Grande do Norte nesta sexta (5) de madrugada. Assim que desembarcaram, a polícia os levou até o instituto de perícia, para os exames de corpo de delito. Só depois disso seguiram para o presídio, quase às 3h.
Deibson e Rogério nasceram no Acre. A PF diz que eles são pistoleiros da facção criminosa Comando Vermelho. Tinham sido transferidos para Mossoró, em setembro de 2023, depois de participarem de uma rebelião em outro presidio de segurança máxima.
Para fugir de Mossoró, os dois abriram passagem por um buraco atrás de uma luminária da cela, cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma obra.
Segundo a Polícia Federal, depois da fuga, a dupla permaneceu cerca de um mês na região de Baraúna, também no Rio Grande do Norte. De lá, eles seguiram para Icapuí, no Ceará. Viajaram de barco 6 dias pela costa até a Ilha de Mosqueiro, em Belém. Nesta quinta, saíram de carro para Marabá, onde foram capturados.
A Polícia Federal agora investiga a rede de apoio aos dois bandidos. Os carros em que eles estavam não tinham registro de furto ou roubo, e estavam em nome de pessoas comuns. Também ficou comprovado que eles receberam celulares e dinheiro durante a fuga. As autoridades querem descobrir quem os ajudou.
Depois da fuga, inédita no sistema federal, o governo federal anunciou reforço na segurança em seus cinco presídios de segurança máxima. O de Mossoró passou por reformas, principalmente na iluminação e com instalação de mais câmeras de monitoramento. Na quarta-feira (3), o governo demitiu o diretor do presídio.
A Corregedoria do Sistema Penal concluiu que houve falha humana na fuga, mas não encontrou indícios de corrupção de agentes prisionais.
“O fator foi a ausência de observância dos protocolos de segurança estabelecidos. Um protocolo de segurança básico em sistema penitenciário federal, em que as celas são individuais, de diariamente se fazer vistoria na cela. Você viu como se deu a fuga. Aquilo não se faz – um buraco daquele e aqueles estragos na estrutura da cela – em um dia”, ressalta juiz.
LEIA TAMBÉM
PRF monitorou três rotas e fechou ponte para evitar tiroteio com fugitivos de Mossoró; veja detalhes
Reduzir número de agentes na busca por fugitivos de Mossoró fez parte da estratégia de recaptura

Mais Notícias