22 de setembro de 2024

Justiça procura por moradores do interior de SP que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro e estão foragidos

Foragidos são moradores de São José dos Campos (SP) e Taubaté (SP). A suspeita é que uma das procuradas, que usava tornozeleira eletrônica, tenha fugido para o Uruguai. Grades foram derrubadas e janelas foram quebradas no Palácio do Planalto durante invasão criminosa
Ueslei Marcelino/Reuters
Dois moradores do Vale do Paraíba, região do interior de São Paulo, que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF), estão sendo procurados pela Justiça por descumprirem medidas cautelares. O Supremo Tribunal Federal (STF) já expediu os mandados de prisão contra eles.
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Uma das foragidas é Alethea Verusca Soares, moradora de São José dos Campos (SP), que foi condenada pelos ataques. A suspeita é que ela tenha fugido para o Uruguai.
Alethea Verusca Soares, moradora de São José dos Campos (SP), nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Reprodução/STF- Arte/g1
As fotos dela no ato golpista fazem parte do processo em que ela foi condenada pelo STF (veja imagens acima). As imagens foram feitas por ela mesma durante a invasão em Brasília. Alethea foi presa dentro do Palácio do Planalto e só conseguiu a liberdade provisória sete meses depois.
Segundo a Justiça, Alethea deveria cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana, comparecimento semanal no fórum da comarca onde mora, além da proibição de sair do país e de utilização de redes sociais.
Em novembro do ano passado, Alethea foi condenada pelo STF à pena de 16 anos e 6 meses de prisão por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Além disso, ela foi condenada ao pagamento de multa de cerca de R$ 47 mil e pagamento, junto com outros condenados, de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 30 milhões.
Alethea Verusca Soares, de São José dos Campos (SP), participou da invasão em Brasília
Reprodução/Redes Sociais
Em janeiro deste ano, o ministro Alexandre de Moraes expediu mandado de prisão contra Alethea por descumprir as medidas cautelares.
Segundo o documento, a tornozeleira eletrônica usada por Alethea deixou de transmitir sinal para o núcleo de vigilância eletrônica de pessoas da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo há mais de um mês. Ela também não compareceu perante o juízo no dia 8 de janeiro deste ano.
O mandado diz ainda que a Polícia Federal noticiou a evasão de Alethea para o Uruguai. No último dia 26 de março, a defesa teve dois recursos negados e o processo foi transitado em julgado.
Atos golpistas de 8 de janeiro
Reprodução/JN
Moradores de Taubaté
Outro morador da região que participou dos atos golpistas em Brasília foi Felipe Rosa Marques, de Taubaté. Ele também teve o mandado de prisão expedido pelo STF por descumprir medidas cautelares.
Felipe foi preso em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, onde os manifestantes incitavam as forças armadas contra o Estado de Direito. Ele foi liberado dois meses depois.
Em maio de 2023, o STF recebeu a denúncia contra Felipe e ele se tornou réu por incitação ao crime e por associação criminosa.
Foragida, moradora de Taubaté que participou de ato golpista diz estar na Argentina
Ainda em Taubaté, uma outra moradora que participou dos atos golpistas publicou vídeos nas redes sociais dizendo que deixou o país. O vídeo foi publicado nesta semana (veja vídeo acima).
Letícia Santos de Lima é ré no processo do STF e está em liberdade provisória. Ela deveria cumprir medidas cautelares como o uso da tornozeleira eletrônica e se apresentar semanalmente no fórum de Taubaté.
No vídeo, ela disse que decidiu fugir para a Argentina e pedir asilo político no país vizinho.
O que dizem os envolvidos
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SAP) que apesar de Alethea Verusca Soares ter sido monitorada pela SAP, “o dispositivo foi desativado, tendo em vista a substituição da medida de monitoramento por ordem de prisão”.
Já sobre Letícia Santos Lima e Felipe Rosa Marques, a SAP informou que “houve perda de sinal das tornozeleiras eletrônicas que ambos utilizavam e, após reiteradas tentativas de contato, o Poder Judiciário foi comunicado do fato”.
A perda de sinal de sinal da tornozeleira de Felipe Rosa Marques ocorreu no dia 29 março e de Letícia no dia 4 de março, segundo o órgão.
O g1 entrou em contato com Alethea Verusca Soares, mas não obteve retorno. A reportagem entrou em contato com a mãe de Alethea, que disse que não vai comentar o assunto. A sogra de Alethea também foi procurada e disse que o filho está separado de Alethea e que não sabe para onde ela foi.
Já a defesa de Letícia Santos de Lima informou que não recebeu nenhuma intimação e que só fará manifestação nos autos do processo.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Felipe Rosa Marques. A mãe dele, que mora em Taubaté, disse que o filho fugiu na última sexta-feira (29). Ela afirmou que Felipe mantinha o uso de tornozeleira eletrônica.
A TV Vanguarda entrou em contato com a Comissão Nacional para os refugiados na Argentina, para confirmar o pedido de asilo feito por Letícia, mas não obteve retorno.
Ataques golpistas de 8 de janeiro, em Brasília
Jornal Nacional/ Reprodução
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