22 de setembro de 2024

Peixe na nota de R$ 100: veterinária cria projeto para combater a extinção das garoupas

Galpão, em Ilhabela, é o único no mundo que faz a reprodução das garoupas verdadeiras. Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
O Globo Repórter desta sexta-feira (5) falou sobre alimentos, incluindo aqueles que vêm do mar. O programa mostrou um um galpão, em Ilhabela, onde há 16 anos funciona um laboratório único no mundo.
“Atualmente é o único laboratório comercial de produção de alevinos de peixe marinho. Então, a gente abastece todas as fazendas marinhas do Brasil e também as universidades que fazem pesquisa com peixe marinho”, explica Cláudia Kerber, veterinária da Redemar.
Claudia quer mudar a história das garoupas. Estampada nas notas de R$ 100, essa espécie de peixe grande está em risco de extinção.
Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
Reprodução/TV Globo
A veterinária criou o projeto Garoupeta para fazer o repovoamento, em Ilhabela, com jovens garoupas. A primeira soltura foi feita em 2019: 10 mil filhotes. Desde então, já foram soltos cerca de 40 mil animais, entre São Paulo e Rio de Janeiro.
Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
Reprodução/TV Globo
Em todo o planeta, somente nesse lugar, é possível reproduzir as garoupas-verdadeiras. Inédita no Brasil, a ideia fez diferença. Com o monitoramento, Cláudia teve boas notícias:
‘”Nós conseguimos triplicar o volume que tínhamos de garoupas no começo, para o final do estudo”, conta a veterinária.
Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
Reprodução/TV Globo
Possibilidade de alimentar várias pessoas
Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
Reprodução/TV Globo
Apesar de não ser comum no prato do brasileiro, a garoupa é um dos peixes marinhos mais produzidos no mundo, com destaque para a Ásia, que importa de outras regiões. A China é a maior produtora de peixes do mundo, com uma população de quase 1,5 bilhão de pessoas para alimentar.
“Quando você produz peixe, você produz em três dimensões, então o volume de produção ele é muito maior. A conversão alimentar que o peixe faz, transformando o alimento em proteína, é muito mais eficiente do que, por exemplo, uma galinha, ou um porco. Então o peixe é extraordinário”, destaca Cláudia.
A técnica de reprodução levou dez anos de estudos. Cláudia apostou em um método que o Japão usa há mais de 200 anos.
“Eles têm lá muitos laboratórios como esse aqui, produzindo mais de 200 espécies, de moluscos, de crustáceos, de peixes. Eles soltam na natureza para estimular a produção pesqueira. É quase como se fosse uma aquicultura, só que você conta com a natureza para formar os estoques para você”, explica.
Veterinária cria projeto para repovoamento de garoupas
Reprodução/TV Globo

Como garantir comida para todos? Ideias inovadoras pelo Brasil ajudam na produção de alimentos e no combate à fome
Aquicultura no Brasil
A aquicultura, em águas salgadas ou doces, é a produção que mais cresce na alimentação humana: são cerca de 130 milhões de toneladas de pescado por ano. No Brasil, no entanto, a aquicultura avança a passos lentos.
“Porque a gente tem 8.500 quilômetros de costa, sem grandes intempéries, sem furacão. É impressionante que a gente não esteja aproveitando esse potencial natural que a gente tem para a produção de peixe marinho”, ressalta Cláudia.

Veja a íntegra do programa abaixo:
Globo Repórter – Alimentação e combate à fome – parte 1 – 05/04/2024
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