22 de setembro de 2024

Famílias denunciam demora na liberação de corpos pelo Sistema de Verificação de Óbitos de SP

A denúncia é a de que faltam funcionários e macas para concluir as liberações dos corpos. Segundo apurado pela TV Globo, os dois turnos da noite foram eliminados e, com isso, o serviço se acumulou durante o dia. A USP, responsável pelo serviço, não respondeu aos questionamentos. Serviço de Verificação de Óbitos de São Paulo
Reprodução/TV Globo
Famílias que dependem da liberação de corpos de parentes que morreram nos últimos dias, têm que esperar por horas para conseguir finalizar todo o processo no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da capital paulista.
A denúncia é a de que faltam funcionários e macas para concluir as liberações dos corpos. Segundo apurado pela TV Globo, os dois turnos da noite foram eliminados e, com isso, o serviço se acumulou durante o dia.
O SVO é um serviço público que determina a causa de morte natural ocorrida sem assistência médica. Há relatos de pessoas esperando a liberação de um corpo por 24 horas.
A USP, responsável pelo serviço, foi acionada, mas não respondeu até a publicação dessa reportagem. O governo do estado também foi procurado, mas não respondeu.
“Chegamos às 11h e estamos saindo só agora, 17h. A situação é muito complicada lá dentro, muitas famílias que estão esperando o corpo entrar no IML. Tem senhoras, desde as 6h, e eles não têm o que falar. Falaram para mim, que tiraram a autópsia da noite e o trabalho acumulou de dia. E é muito ruim para a família, a perda é muito difícil”, diz Jacqueline Ponciano, que perdeu o pai.
“É muita tristeza, você ja está sofrendo bastante, desde a perda do meu pai. Chega nesse lugar e ninguém explica. Senta e aguarda. Quando chegar sua vez, a gente chama”, completa.
Ione Gomes diz que o corpo do familiar ficou por horas em um caminhão sem refrigeração. “Quando foi 5h, me ligaram para vir para cá, que já iam liberar o corpo. Mas ele está lá dentro do carro ali, sem refrigeração, sem nada.”
“Falam que não tem maca, que não tem autópsia da noite. Acumula tudo de noite, para fazer tudo de dia. Mas como somos pobres, temos que esperar”, completa.
Paulo de Oliveira diz que se não há funcionários, ele e outras pessoas podem agir e retirar os corpos. “Eu quero fazer um enterro decente para minha irmã. Se é falta de pessoal, a gente ergue as mangas e vai lá”, diz.

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