29 de dezembro de 2024

VÍDEO: g1 entra no maior do mundo que transporta minério de ferro e usa a força do vento para se mover


Velas usam a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões. Cargueiro Sohar Max tem tamanho e capacidade dobrada em relação às embarcações tradicionais. Maior navio que transporta minério de ferro do mundo usa a força do vento para se mover
Pela primeira vez, o maior navio do mundo dedicado ao transporte de minério de ferro utilizou a força dos ventos para se locomover. O cargueiro Sohar Max tem 362 metros de comprimento e transporta até 400 mil toneladas de minério, tem tamanho e capacidade dobrada em relação às embarcações tradicionais. O g1 entrou na embarcação que saiu da China e atracou no Porto de Tubarão, em Vitória.
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Desenvolvidas por um fabricante inglês, as velas usam a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões.
g1 visita maior navio do mundo que transporta minério de ferro e usa pela 1ª vez a força do vento para se mover
Ari Melo/TV Gazeta
Velas rotativas
Foram instaladas no navio cinco velas rotativas com 35 m de altura e 5 m de diâmetro cada. Na viagem, o Sohar Max usou menos combustível do que um navio tradicional. A economia se deve a ajuda dos ventos.
Durante operação, os rotores giram em diferentes velocidades, dependendo de condições ambientais e operacionais do navio, para criar uma diferença de pressão de forma a mover o navio para a frente, a partir de um fenômeno conhecido como efeito Magnus.
O efeito acontece quando a rotação de uma estrutura altera seu caminho, sua trajetória e potencializa a produção de energia eólica.
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O diretor de navegação da Vale, Rodrigo Bermelho, explicou que os cilindros atuam como se fossem velas.
“Quando o vento sopra, principalmente na lateral ou na polpa, parte de trás do navio, elas giram em velocidades diferentes. E esse giro dos cilindros faz a força do vento impulsionar o navio para frente. A tecnologia faz a poluição diminuir. Ao usar menos combustível do motor, o navio emite menos gás carbônico”, disse Bermelho.
Velas usam a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões, espírito santo
Ari Melo/TV Gazeta
A expectativa era de que as velas permitissem ganhos de eficiência de até 6% e uma consequente redução anual de até 3 mil toneladas de CO​2 equivalente por navio. A intenção foi superada na primeira viagem. O navio vai seguir testando os resultados nas próximas viagens.
“A gente teve um resultado muito significativo. A gente conseguiu uma redução de 9%. Agora, a gente tem que esperar o navio fazer outras viagens ao longo do ano. A gente sabe que o vento durante a rota muda. Então, realmente, a gente precisa de mais tempo para confirmar, mas os primeiros resultados são muito positivos”, pontuou Bermelho.
Segundo o diretor, cinco navios no mundo usam a tecnologia. O primeiro navio entrou em operação em 2021. E nesse período foi feito um estudo para saber se era possível instalar mais velas e algumas maiores, para aproveitar ainda mais a força do vento.
o Sohar Max é o maior deles. Em dezembro, o navio saiu da China, parou em Singapura para abastecer e atracou no Porto de Tubarão, em Vitória, onde ficou por pouco mais de 48 horas. No local, foi carregado com mais de 400 mil toneladas de minério. Em seguida, partiu para a Malásia.
Navio transporta mais de 400 mil toneladas de minério em cada viagem, espírito santo
Ari Melo/TV Gazeta
“Desde 2010 a Vale já opera com navios altamente eficientes e, nos últimos anos, tem fomentado iniciativas para a adoção de energia eólica, que terá papel central na descarbonização do transporte marítimo de minério de ferro. Este projeto reforça essa tradição de investir em inovação e estimular a modernização da frota para reduzir as emissões”, destacou Bermelho.
Segundo a empresa, as ações para incorporar tecnologias de ponta na navegação fazem parte da iniciativa de pesquisa e desenvolvimento criada pela área de navegação para atender ao desafio de reduzir as emissões de carbono definidas pela Organização Marítima Internacional (IMO).
Vento das origens da navegação para os dias atuais
Segundo o diretor, cinco navios no mundo estão usando essa tecnologia. O primeiro navio entrou em operação em 2021. E nesse período foi feito um estudo para saber se era possível instalar mais velas e algumas maiores, para aproveitar ainda mais a força do vento.
“A utilização dos ventos está na origem da navegação, a navegação se desenvolveu em função dos ventos, as rotas se desenvolveram em função dos ventos por séculos. A gente deixou essa tecnologia de lado e agora, com o desafio das mudanças climáticas, temos essa reconexão com a natureza, reconexão com essa nova tecnologia, o uso da energia eólica pra diminuir as emissões, criar um novo futuro de baixo carbono descarbonizado”, ressaltou o diretor de navegação.
Velas usam a força do vento para diminuir o consumo de combustível e reduzir emissões, espírito santo
Divulgação/Vale
Como funcionam as velas rotativas?
Os rotores cilíndricos giram para criar uma diferença de pressão de forma a mover o navio para a frente, a partir de um fenômeno conhecido como efeito Magnus.
A utilização desta tecnologia permite a redução de potência e consumo de combustível do motor principal da embarcação quando as condições de vento são favoráveis, economizando combustível e mantendo a velocidade e o tempo de viagem.
Maior mineraleiro do mundo
O teste no Sohar Max é o quinto projeto de energia eólica instalado em navios que prestam serviço para a mineradora Vale. Outros dois projetos estão previstos até o fim de 2025.
🚢 Capacidade de transportar mais de 400 mil toneladas de minério
🌱 Expectativa de redução de 6% no combustível, o que equivale a 3 mil toneladas de gás carbono por ano a menos.
📏 Mede 360 metros de comprimento, aproximadamente, mais de 3 campos de futebol. Só a largura tem 65 metros
⛵ Tem 5 velas cilíndricas com metros de diâmetro e 35m de altura. Quase a altura do Cristo Redentor.
Sohar Max é o maior mineraleiro do mundo, atracou no Espírito Santo
Ari Melo/TV Gazeta
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