22 de setembro de 2024

Ao menos 20 vereadores de SP trocam de partido até fim da janela partidária; MDB cresce e tem maior bancada, e PSDB desaparece

Tucanos, que em 2016 elegeram 11 vereadores e tinham a maior bancada da Câmara, atualmente não têm mais nenhum vereador. Rompimento com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi decisivo para migração de parlamentares da sigla para outras legendas. PT, PL e PSD também aumentaram bancadas em SP. Plenário vazio da Câmara Municipal de São Paulo, no Centro da capital paulista.
João Raposo/Rede Câmara
Com o fim da janela partidária na última sexta-feira (5), a Câmara Municipal de São Paulo tem uma nova formação política de partidos e bancadas. Ao menos 20 dos 55 vereadores da cidade mudaram de partido em relação à eleição de 2020, quando foram eleitos.
Ao final do troca-troca, o partido do prefeito Ricardo Nunes – o MDB – ganhou seis vereadores e agora é a maior bancada partidária do Legislativo paulistano, com 11 parlamentares no total.
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A legenda é seguida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que ganhou um integrante e agora tem nove parlamentares. O União Brasil está em terceiro lugar, com o total de oito vereadores.
O PL de Jair Bolsonaro e o PSD de Gilberto Kassab também cresceram na janela de movimentações partidárias, chegando a seis parlamentares cada legenda.
Na contramão deste crescimento, o PSDB – que tinha oito vereadores na eleição de 2020 e era a segunda maior bancada da Casa em 2020 – não tem mais nenhum representante (veja mais abaixo).
Vereadores que mudaram de partido em SP
Em situação semelhante estão o Solidariedade, que viu seu único representante, o vereador Sidney Cruz, migrar para o mesmo MDB do prefeito, e o Partido Novo, que chegou a ter três parlamentares, mas agora só tem um.
O PSOL, do pré-candidato a prefeito Guilherme Boulos, também perdeu um parlamentar, já que Jussara Basso – ex-coordenadora do MTST – migrou para o PSB da também pré-candidata à prefeitura Tabata Amaral.
No total, ao menos 20 vereadores mudaram de partido até a última sexta-feira (5), de olho nas eleições de outubro.
Veja como ficaram agora as novas bancadas partidárias da Câmara Municipal de SP:
MDB – 11 vereadores
PT – 9 vereadores
União Brasil – 8 vereadores
PL – 6 vereadores
PSD – 6 vereadores
PSOL – 5 vereadores
Podemos – 3 vereadores
Republicanos – 3 vereadores
PSB – 2 vereadores
Novo – 1 vereador
Partido Verde – 1 vereador
PSDB – Nenhum
Solidariedade – Nenhum
PTB – Nenhum
Patriota – Nenhum
Total: 55 vereadores
Fim do PSDB na Câmara de SP
O desaparecimento do PSDB na Câmara Municipal se deu pela decisão do partido de não apoiar a reeleição de Nunes. A legenda de Bruno Covas avaliou que o apoio de Jair Bolsonaro (PL) ao atual prefeito – indicando, inclusive, o vice da chapa – não cabe em seus planos de revitalização política.
Dos oito vereadores que deixaram a legenda, três foram para o MDB de Nunes, dois para o PSD de Kassab, outros dois para o PL de Jair Bolsonaro e um para o União Brasil. Os tucanos já governaram a cidade por quatro vezes e, em outras eleições, chegaram ter a maior bancada da Casa.
Em entrevista ao g1 na semana passada, o atual presidente do PSDB, José Aníbal, afirmou que os oito vereadores que deixaram a legenda neste mês não fazem “diferença para a ideia que o PSDB trabalha hoje com força, que é recuperar o protagonismo em São Paulo”.
“Eles fizeram uma escolha. Me reuni com eles em março, dia 5, com os oito [vereadores], e ficou claro para mim que eles tinham uma adesão irrestrita ao prefeito. Não é por políticas públicas, porque você vê muito pouco em matéria de políticas públicas nesta prefeitura. Asfalto não é política pública, é zeladoria. Ter uma boa zeladoria, sim, é fundamental. O que não existe atualmente”, disse.
“Eles [vereadores] perderam toda a conexão com uma postura de questionamento, de oferecer alternativas de políticas públicas para a cidade, seja em que área for. Com a montanha de dinheiro que a prefeitura tem, dava para fazer muito mais coisa do que já foi feito até agora”, afirmou Aníbal.
Candidato próprio em 2024
Para resgatar a hegemonia que o partido já teve no passado na cidade que é berço do tucanato, o PSDB filiou na quinta-feira (4) o apresentador José Luiz Datena.
O apresentador José Luiz Datena deixa o PSB e se filia ao PSDB em evento em SP nesta quinta (4).
Reprodução/TV Globo
Datena estava no PSB de Tabata Amaral e tinha planos para compor chapa com a deputada federal, sendo vice dela na eleição de outubro à Prefeitura de São Paulo.
Porém, a desidratação do partido na maior cidade do país tem levado os tucanos a discutir a viabilidade de lançar o apresentador de programas policiais como cabeça de chapa na disputa, a fim de voltar a eleger nomes importantes para a Câmara Municipal.
Por ora, publicamente, o PSDB e o PSB iniciaram uma conversa para manter a chapa Tabata/Datena, com o apresentador de vice. Mas o próprio Datena disse que o “futuro a Deus pertence” e não descartou sair de cabeça de chapa em outubro. O PSDB é a 11ª legenda a que Datena já se filiou, apesar de nunca ter saído candidato em nenhuma delas.
“A minha vontade é estar do lado da Tabata sempre, porque ela é uma pessoa fantástica e maravilhosa. Agora estou num partido que está conversando com o que era meu partido. Eles que continuem conversando e que definam. Tem que perguntar mais para os dirigentes dos partidos [sobre candidatura]. Eles que me colocaram lá [no PSB] e aqui [PSDB]. Então, eles que respondam…”, afirmou o apresentador na quinta-feira (4), durante o ato de filiação aos tucanos.
Datena se filia ao PSDB em evento em SP
Rodrigo Rodrigues/g1
Composição da Câmara de SP
Arte/G1

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