Obra descreve o início e importância do movimento na região até a criação da cidade. Lançamento do livro ‘Trilhas e Tropas’, escrito por Alba Regina Luisi, à esq.
Reprodução/Arquivo pessoal
Conhecer o passado é uma forma de pertencer ao presente e incentivar o futuro. Esse incentivo foi reforçado pela historiadora Alba Regina Luisi quando teve a ideia de criar um livro sobre a importância do tropeirismo para a região e surgimento de Itapetininga (SP).
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A obra, lançada no início de dezembro, foi resultado de várias pesquisas desenvolvidas pela própria escritora. “Para fazer todo esse trajeto histórico, eu pesquisei muitos autores, muitos documentos antigos, muitos mapas para que o livro fosse o resultado de uma pesquisa aprofundada, séria e verídica”, afirmou.
‘Tropeirismo é a base da nossa cidade’
Alba mapeou o caminho traçado pelos tropeiros na região, começando pelo caminho do Peabiru, que são trilhas indígenas que, tempos depois, tornaram-se o percurso para a busca do ouro.
“Os mineradores usaram as mesmas trilhas para ir buscar o muar no sul e servir de transporte para a expansão da mineração, daí surgiu o tropeirismo, e o tropeirismo é a base da nossa cidade”, descreve.
Produzida por Alba a partir do vasto conhecimento adquirido ao longo dos anos, a história do livro aborda a importância do tropeirismo e início da cidade de Itapetininga. “Foi escrito numa linguagem simples, de fácil entendimento, relatando os fatos históricos.”
Mapa do Peabiru, trilhas indígenas citadas no livro
Reprodução/Arquivo pessoal
‘Resgate da memória tropeira’
“O desenvolvimento de Itapetininga, em função do tropeirismo, se deu até mais ou menos 1940, quando o caminho tropeiro dá lugar à ferrovia e às rodovias. Mas o tropeirismo existe até hoje. É uma importância que muitas pessoas desconhecem.”
Assim como o livro, a pesquisadora reforçou a importância de fomentar a cultura da região com locais que resgatam essa tradição, como a ponte do Registro do Ouro, reconstruída no ano passado após 20 anos fechada, e o Casarão do Porto.
“Do lado dessa ponte tem a Casarão do Porto, construída por volta de 1850, para ser o registro da passagem dos animais que iam para a Feira dos Moares de Sorocaba. Eles passavam por aqui e se registravam. Era o controle do Estado para esse tráfego de animais que dava muito dinheiro [na época]”, contou.
Objetos que remetem a cultura tropeira estiveram presentes no lançamento do livro
Arquivo pessoal
Outra forma de manter viva a herança do tropeirismo é o movimento nacional feito pela Academia Sorocaba de Letras e historiadores do interior de SP e do Sul, para o reconhecimento e criação do Dia Nacional do Tropeiro, celebrado no dia 13 de julho.
Segundo Alba, a data seria em homenagem ao nascimento do tropeiro português, Cristóvão Pereira de Abreu, que trabalhou na abertura do caminho da tropa e incentivou o movimento. Atualmente, já existe o Dia do Tropeiro, comemorado em 22 de maio no Estado de São Paulo.
No perfil em uma rede social, Alba Regina Luisi compartilha mais informações sobre a obra produzida e a forma de como as pessoas interessadas podem adquirir um exemplar.
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