9 de janeiro de 2025

Réu pelo 8 de janeiro, coronel da PMDF é investigado por liderar suposto esquema de stalking


Jorge Eduardo Naime Barreto atuou como chefe de segurança de empresário acusado de perseguir ex-mulher. Naime teria comandado esquema de monitoramento irregular e usado estrutura da PM para fazer coação e obter dados. Coronel foi alvo de busca e apreensão no último sábado (28). Coronel da PM Jorge Eduardo Naime depõe à CPI dos Atos Golpista nesta segunda-feira (26).
Waldemir Barreto/Agência Senado
O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime Barreto – réu pelo 8 de janeiro – é investigado por comandar um esquema de stalking para um empresário do ramo farmacêutico. O empresário foi denunciado pela ex-mulher por violência psicológica e perseguição (veja detalhes mais abaixo).
Naime atuou como chefe de segurança do empresário e teria usado a estrutura da Polícia Militar para fazer coação e obter dados. Investigado pela Polícia Civil, o coronel foi alvo de busca e apreensão no último sábado (28).
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🔎 Naime é réu em uma ação penal que apura acusações de omissão de autoridades pelos atos golpistas em 8 de janeiro, quando as sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário foram invadidas e depredadas.O coronel estava preso desde 7 de fevereiro de 2023, mas obteve liberdade provisória no dia 13 de maio de 2024.
Detalhes da investigação da Polícia Civil foram encaminhados ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que deve avaliar se Naime continua em liberdade provisória. A TV Globo tenta contato com a defesa do coronel.
Entenda o caso de stalking
Uma mulher procurou a polícia e abriu queixa contra o ex-marido, o empresário do ramo farmacêutico. Eles estão em separação litigiosa desde agosto de 2024.
Segundo a investigação, a mulher afirma que era vítima de violência psicológica e stalking – perseguição. O ex-marido teria colocado um rastreador no carro da vítima e um microfone no veículo do motorista dela – instalações clandestinas e consideradas profissionais.
Ainda de acordo com investigadores, um suposto grupo criminoso agiu de forma organizada, mesmo após a justiça decretar medidas protetivas para a mulher.
Segundo as apurações, o coronel Naime, chefe da segurança do empresário, foi quem comandou o esquema de monitoramento irregular, utilizando a estrutura da PM.
Viatura da PM abordou motorista da vítima
Coronel da PMDF conversa com militares que abordaram carro de vítima de stalking.
O motorista da ex-mulher do empresário conta que já foi abordado por uma viatura da PM quando chegava à escola das filhas da vítima, no Lago Sul. O motorista afirma que os policiais do 5° batalhão pediram e fotografaram o documento dele, mas não pediram o do carro.
Segundo a investigação, o coronel observou tudo de longe e, logo depois, se aproximou e conversou com os militares (veja vídeo acima).
A Polícia Militar disse para a TV Globo que está ciente da investigação e que medidas cautelares relacionadas foram cumpridas com o apoio da corregedoria. A PM ainda declarou ainda que acompanha o caso, mas não irá se manifestar para não comprometer as investigações.
Naime também é investigado por receber e guardar, de forma ilegal, uma arma de fogo que foi entregue para o empresário, suposto dono da pistola.
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