Mudas são produzidas em papeis biodegradáveis composto de materiais orgânicos. A técnica utiliza uma máquina específica, adquirida com financiamento da Sicoob Credip. Em Novo Horizonte do Oeste, Rondônia, o viveirista Carlos Alves da Silva tornou-se pioneiro na região ao adotar o sistema de produção de mudas de café em recipientes biodegradáveis, também conhecidos por biopot. A inovação foi apresentada durante o Dia de Campo “Café e Prosa” promovido pela Sicoob Credip, realizado na propriedade do produtor.
O biopot é produzido em papeis eco especiais composto por materiais orgânicos, como fibras de coco e celulose. Esse sistema, além de eliminar a necessidade de tubetes plásticos ou sacolinhas, utiliza substrato inerte a partir de uma mistura de turfa, casca de pinus, fibra de coco e vermiculita, tornando o processo sustentável e seguro do ponto de vista fitossanitário.
O viveirista Carlos Alves é pioneiro em Novo Horizonte do Oeste ao adotar o sistema de produção de mudas de café em recipientes biodegradáveis.
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Mais qualidade e eficiência
Carlos Alves destaca que a adoção do paper pot trouxe inúmeros benefícios. Entre as vantagens, ele menciona a dispensa da devolução dos tubetes plásticos que costumavam ser utilizados na produção tradicional de mudas. Além disso, o sistema oferece mudas de maior qualidade e agiliza o trabalho.
“Hoje consigo produzir de 25 a 40 mil paper pots por dia com uma equipe reduzida. No modelo antigo, utilizando sacolinhas de terra, por exemplo, uma pessoa fazia cerca de 2 mil por dia, mas com um esforço muito maior”, explica Carlos. Desde o início da adoção dessa técnica, ele já produziu mais de 1 milhão de biopots e vendeu parte dessa produção para outros viveiristas da região.
O engenheiro agrônomo Douglas Revesse da Silva, filho do viveirista Carlos Alves, trabalha ao lado do pai na produção de mudas. Ele relata que a família iniciou a atividade em 2015 e, desde 2020, tem buscado modernizar o processo. “Começamos a tecnificar o trabalho para evitar problemas com contaminação e passamos a produzir mudas em tubetes”, explica.
Este ano, durante uma visita ao Espírito Santo, Carlos conheceu a técnica do biopot e identificou nela uma oportunidade de inovação. “O uso dos tubetes tem um custo inicial muito elevado e ainda traz o risco de contaminação, já que eles retornam da lavoura sujos”, detalha Douglas.
Com o biopot, essa preocupação foi eliminada, já que o papel biodegradável é plantado junto com a muda, facilitando o processo para o cafeicultor. “Não é necessário retirar nada, nem tubetes nem sacolas. O papel se decompõe no solo, tornando o plantio mais ágil e prático”, completa.
Josiane Alecrim, gerente, acrescenta que a Sicoob Credip está comprometida em oferecer soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável.
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Apoio financeiro
Para implementar a nova técnica, Carlos Alves precisou adquirir uma máquina específica e buscou apoio financeiro junto à Sicoob Credip. O equipamento mistura substrato com adubo e une o papel biodegradável por um sistema a vácuo, com capacidade de produzir até 1.800 biopots por hora, em potes de 100 milímetros.
A gerente Josiane Alecrim explica que o produtor, já cooperado da instituição, procurou a cooperativa em busca de uma linha de crédito mais acessível. “Ele queria financiamento subsidiado para reduzir o custo da aquisição da máquina. Conseguimos viabilizar uma parte por meio do FNO e outra pela nossa linha de recurso próprio, a RPL Credip com Sicor”, destaca Josiane.
Josiane acrescenta que a Sicoob Credip está comprometida em oferecer soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável. “A cooperativa tem sempre a preocupação de entregar o melhor para nossos cooperados. Desta forma, temos trabalhado para que eles maximizem suas produções ao mesmo tempo em que investem em projetos que diminuam o impacto negativo sobre o meio ambiente. Com essa combinação, conseguimos impulsionar a inovação e o desenvolvimento da região em que estamos inseridos.
A Sicoob Credip é uma das maiores cooperativas do país e está presente nos estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. Ao todo são 47 pontos de atendimento físicos e um digital, atendendo a mais de 140 mil cooperados.