Beto Jamaica e Compadre Washington também detalharam os planos para o verão de 2025, em entrevista ao g1. É o Tchan comenta planos para celebrar os 40 anos do axé music em 2025
Há três décadas anos, surgia em Salvador uma banda que iria deixar o nome marcado na história da música brasileira. Nascido GeraSamba, sob o comando de Compadre Washington e Beto Jamaica, que seguem nos vocais do grupo, os baianos ensinaram milhares de pessoas a “segurar e amarrar o Tchan”.
Sucesso absoluto entre os anos 90 e 2000, o Tchan, como é carinhosamente chamado, criou passinhos inesquecíveis muito antes do TikTok vir à tona e revelou nomes de grandes dançarinos como como Carla Perez, Jacaré, as ilustres Scheilas, Mello e Carvalho.
Presença garantida nas rádios e emissoras de tv do país, a banda era uma febre, pois além de cds e dvds, lançou inúmeros produtos licenciados, como roupas e calçados, bonecas, doces, brinquedos e muito mais. Em meio a esse sucesso, foram vendidos mais de 16 milhões de discos.
CONFIRA:
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FOTOS: veja imagens do show em comemoração aos 30 anos do É o Tchan em Salvador
Carla Perez dança com o grupo É o Tchan durante show em Salvador
Valma Silva/g1 Bahia
A trajetória do grupo se confunde, em parte, com a do axé music, que completa 40 anos em 2025. As batidas dos blocos afro por onde Beto Jamaica passou se fundiram ao samba duro do recôncavo. Tudo isso com canções de letras com duplo sentido, coreografias marcantes e sensuais: estava criada a fórmula de um sucesso inédito, até ali.
Para o Compadre, os grupos baianos de pagode que vieram após o Tchan são frutos do trabalho iniciado por eles.
“Quando começamos, lá nos anos 90, só tinha a gente fazendo esse tipo de música. Aí depois as coisas cresceram, né? Harmonia do Samba, Parangolé, vieram depois da gente e continuam muito fortes, mas a gente que começou esse trabalho lá atrás”, disse.
Em declarações à imprensa, Xanddy Harmonia já reconheceu esse legado. “Se eu estou aqui é porque existe uma banda Gera Samba e uma banda chamada É o Tchan. Se não fosse por eles, Beto e Washington, talvez a gente [cantores mais novos] não estivesse aqui”, disse o ex líder do Harmonia do Samba — e marido da eterna loira do Tchan, Carla Perez.
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Para celebrar o marco, Beto promete que novidades serão lançadas às vésperas do carnaval. Mesmo mantendo o mistério, ele contou que haverá uma releitura de grandes clássicos do axé music, com a “pegada” do É o Tchan.
“Vão ser músicas dos velhos carnavais, com a nossa batida e raiz. Vamos lançar na boca do carnaval e vai ser algo bem diferente, que as pessoas não viram ainda, gostoso e saudosista”, promete Jamaica.
Ainda nesse contexto de lançamento, eles já apresentaram ao público nos primeiros shows de 2025 a canção “Jogadinha”, aposta do Tchan não apenas para o Carnaval de Salvador 2025, mas para o verão em todo Brasil. A música já está disponível nas plataformas digitais.
A composição é de Duller Duller, Fábio Alcântara e Pio Medrado e a coreografia, que não pode faltar, é inspirada no pai do axé, Luiz Caldas, com passinho inspirado no fricote, coqueluche no fim dos anos 80, quando o movimento explodiu em todo o país.
“O passinho já conversa com os 40 anos do axé music e traz essa homenagem a Luiz Caldas, como precursor do axé, do fricote e sua dança característica. Demos uma aquecida nessa música, adicionamos percussão, samba, samba de roda, pagodão. Mesclamos um pouco de tudo, porque o axé é isso” comentou Washington.
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Compadre Washington e Beto Jamaicam
Mateus Xavier/g1 Bahia
Além da “Jogadinha”, os cantores também gravaram a música “Sol, Verão, Relaxa” com o grupo Parangolé, agora capitaneado por Lincoln Senna. A canção já ultrapassa os dois milhões de acessos no Youtube.
Para a dupla, a parceria com novos artistas não é apenas estratégia para se manter relevante no cenário do axé, mas também é uma forma de apoiar talentos que surgem no cenário, a fim de perpetuar o movimento — e o próprio legado do Tchan.
“É um sonho nosso, alcançar 60 , 80 anos cantando, continuar fazendo projetos musicais com outros artistas e principalmente levar nossa música para muitas outras gerações. A gente não pode parar com esse samba duro, senão vai se modificar até acabar. Observamos as novidades, as tendências, nos renovamos, mas sempre seguindo o nosso próprio caminho”, finalizou Beto Jamaica.
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