23 de setembro de 2024

‘Não há justificativa para mandar ambulância, sendo que a UAI tem toda a estrutura’, diz 193 sobre socorro de Vitória Alyce

Universitária teve um mal súbito dentro de um ônibus, foi levada para a UAI Tibery e morreu. Família alega demora no atendimento na unidade de saúde, já que levaram 30 minutos para atendê-la. MP e Missão Sal da Terra investigam o caso. Após morte de universitária, Missão Sal da Terra fala sobre protocolo de atendimento
Áudios de uma ligação entre uma testemunha da morte de Vitória Alyce Pereira Cardoso e de um atendente do 193, número do Corpo de Bombeiros para emergências, apontam que não era necessário a corporação enviar uma ambulância para atender a universitária, já que ela estava diante de uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI).
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Vitória Alyce Pereira Cardoso tinha 19 anos e faleceu após ter um mal súbito dentro de um ônibus do transporte coletivo e ser levada para a UAI Tibery, onde recebeu atendimento 30 minutos depois de chegar.
A unidade alegou que não poderia atender Vitória no ônibus, que se encontrava estacionado ao lado da UAI, e que atendimentos fora da unidade devem ser feitos pelo Corpo de Bombeiros ou pelo Sistema Integrado de Atendimento a Trauma e Emergência (Siate).
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou procedimento investigatório, assim como a Prefeitura de Uberlândia. A Missão Sal da Terra, que administra a UAI Tibery e outras duas UAIs do município, afirmou que abriu sindicância de apuração com os colaboradores envolvidos.
Vitória Alyce Pereira Cardoso
Redes sociais/Reprodução
Chamada para o 193
Transcrissão do áudio entre uma testemunha e um bombeiro
Reprodução TV Integração
A TV Integração teve acesso aos áudios da ligação entre uma testemunha que estava dentro do ônibus e um atendente do 193.
No áudio, a testemunha explica a situação. “A gente está aqui na porta da UAI Tibery, dentro de um ônibus. A moça passou mal aqui, ela caiu e está inconsciente. Eles falaram que só o bombeiro para pegar aqui dentro do ônibus, sendo que nós estamos aqui na porta da UAI.”
O atendente do 193 pareceu surpreso e respondeu: “Uai, cara, que isso, hein?”
O solicitante reafirma o que relatou.
“Só um minuto, deixa eu te falar. Não tem nada que justifica eu mandar a viatura, sendo que aí tem toda a estrutura para a pessoa pra dentro da UAI, tá?”, diz o atendente.
Em seguida, o bombeiro pede que o solicitante retorne para a UAI e diga: “Fala que o senhor ligou no 193 e a gente falou que se eles não levarem a pessoa aí pra dentro da UAI, eu vou mandar a Polícia Militar aí no local. Eu fico aguardando o contato.”
Missão Sal da Terra
Em coletiva de imprensa na tarde de segunda-feira (8), representantes da Missão Sal da Terra falaram sobre os protocolos de atendimento e sobre a sindicância que tenta apurar os fatos envolvidos na morte de Vitória Alyce.
A respeito do protocolo de atendimento em casos similares, o superintendente de Saúde da Missão Sal da Terra, Marco Túlio Ferreira, explicou que a instituição segue o estabelecido nos Conselhos de Medicina e Enfermagem.
“Se eu sou convocado a prestar socorro, eu devo prestar esse socorro. Se tenho que me deslocar até o local, devo me deslocar e avaliar a situação e definir se faço o resgate ou não”.
O esclarecimento do superintendente é contrário a um comunicado enviado para os funcionários da Missão Sal da Terra, o qual a TV Integração teve acesso no último sábado (6).
Comunicado Sal da Terra enviado à funcionários após a morte de Vitória Alyce
Reprodução/TV Integração
Secretaria de Saúde
“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que notificou formalmente a Missão Sal da Terra a prestar informações sobre o atendimento e procedimento adotados, bem como abriu e está em andamento sindicância para apurar eventual possibilidade de omissão de socorro e responsabilidades. A pasta reforça que não há nenhuma regra que limite atendimentos por qualquer unidade de saúde da rede municipal e seus colaboradores, uma vez que a assistência médica deve ocorrer adequadamente conforme contexto, necessidade e gravidade do caso a ser atendido.”
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