Ato foi organizado pelo Movimento Passe Livre em frente à sede da Prefeitura de SP e pede a suspensão dos reajustes das passagens de ônibus, metrô e trem ocorridos na segunda-feira (6). Manifestantes protestam contra o aumento da tarifa de transportes em SP
Um grupo de manifestantes protestou, na tarde desta quinta-feira (9), contra o aumento da tarifa do transporte público na cidade de São Paulo. O valor da passagem do transporte sobre trilhos passou de R$ 5 para R$ 5,20. Já a passagem do ônibus na capital passou R$ 4,40 para R$ 5.
Os participantes do ato se concentraram em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá. Carregavam faixas pedindo passe livre, suspensão do aumento e caricaturas do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Uma catraca foi incendiada pelos manifestantes, e eles entoavam uma diversidade de músicas de protesto, como “Vem contra a tarifa, pular a catraca é gostoso”, “Pula catraca, estoura o tampão. Passe livre no busão”, “O passe livre não é esmola! O filho do prefeito vai de carro pra escola”, “Aê, Tarcísio, vou te falar: abaixa o preço ou SP vai parar” e “Ô, motorista! Ô, cobrador! Me diz aí se seu salário aumentou”.
Protesto contra aumento de tarifa em frente à Prefeitura de SP
Gustavo Honório/g1
Há um reforço na segurança, com cordões de guardas-civis metropolitanos pela região.
Às 18h30, o grupo começou a caminhada rumo ao Vale do Anhangabaú, também no Centro. Escoltados por 13 motos e uma viatura, eles gritam: “Vem pra rua! Vem, vem pra tarifa”.
Às 19h, o Viaduto do Chá estava totalmente liberado, e os manifestantes seguiam pela Praça da República. A pista da direita da Avenida Ipiranga estava bloqueada junto à Avenida São João, segundo informações da CET.
Os últimos protestos contra o aumento da tarifa do ônibus aconteceram em 2020 e foram marcados por embates entre a polícia e os manifestantes. Em um dos atos, a Polícia Militar chegou a lançar bombas.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP está presente no ato desta quinta com quatro observadores. Eles atuam em casos de abuso de qualquer dos lados. Se alguém for detido, por exemplo, acompanham-no até a delegacia.
Veja imagens do ato:
Manifestantes fazem ato contra aumento de tarifa no Centro de SP
Gustavo Honório/g1
Observadores da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP participa de ato contra o aumento da tarifa
Gustavo Honório/g1
Protesto contra aumento da tarifa do transporte público no Centro da capital paulista
Abraão Cruz/TV Globo
Protesto contra aumento de tarifa na República, Centro de SP
Gustavo Honório/g1
Manifestantes e GCMs durante protesto contra o aumento da tarifa no Centro de SP
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Manifestantes protestam contra aumento da tarifa dos transportes no Centro de SP
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Manifestante pula catraca durante protesto contra aumento da tarifa no Centro de SP
Gustavo Honório/g1
GCMs reforçam segurança nos arredores da sede da Prefeitura de SP, no Centro, por conta de ato contra aumento da tarifa
Gustavo Honório/g1
Aumento das tarifas
Protesto contra aumento de tarifa em frente à Prefeitura de SP
Gustavo Honório/g1
O preço do coletivo não subia desde 2020, ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB). A inflação desse período foi de cerca de 32%, segundo o IPCA.
Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), caso fosse considerada a recomposição da inflação, a tarifa passaria de R$ 4,40 para, no mínimo, R$ 5,84. A administração municipal chegou a cogitar reajuste para R$ 5,20, um aumento de 18,2%.
Durante sua campanha para a reeleição, Nunes não confirmou ou negou os planos de reajuste para o próximo ano. Ele seguiu o discurso de que tinha a intenção de manter o valor congelado, mas não poderia ser irresponsável com as contas do governo.
Já a tarifa dos trens e Metrô em São Paulo aumentou R$ 0,20. O governo divulgou o reajuste no final do ano passado. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos justificou o aumento “considerando a manutenção e sustentabilidade do sistema e assegurando o princípio da modicidade tarifária”.
“O cenário mais equânime sob o ponto de vista social e econômico-financeiro do sistema é a proposta de reajuste tarifário que resulta na proposição de aplicação de 4% sobre o valor da tarifa vigente, abaixo da inflação estimada para o ano de 2024, prevista em 5,09%, percentual este que gerará diminuição de aportes públicos do GESP às empresas públicas”, apontou Manoel Marcos Botelho, secretário da pasta.