10 de janeiro de 2025

Após empate e confusão, Câmara de Embu das Artes, na Grande SP, realiza nova eleição da Mesa Diretora nesta sexta


Base do prefeito acusa presidente da sessão, que é da oposição, de impedi-la de votar em segundo pleito, realizado às pressas; parlamentar que comandou votação diz que houve debandada após vislumbre de derrota em sessão de quase 6 horas. Sessão de posse e eleição da Mesa Diretora em Embu das Artes, no dia 1º de janeiro
Reprodução/Câmara Municipal de Embu das Artes
A Câmara de Embu das Artes, na Grande São Paulo, vai refazer nesta sexta-feira (10) a eleição de seu presidente e dos demais cinco membros da Mesa Diretora. A eleição original ocorreu no primeiro dia do ano, quando os 21 vereadores foram empossados.
Na ocasião, a votação terminou empatada para presidente e, com isso, teve que ser realizado uma espécie de segundo turno. A confusão que levou ao questionamento dessa nova eleição ocorreu por que o vereador que presidiu a sessão, Abidan Henrique (PSB), convocou um intervalo de 30 minutos para a nova votação, mas deu início a ela em menos de um minuto, e parte dos vereadores foi considerada ausente.
Com isso, venceu a composição da Mesa do grupo a que Abidan faz parte, com Abel Arantes (Solidariedade) como presidente, e de oposição ao prefeito Hugo Prado (Republicanos).
Vereadores que se sentiram prejudicados no processo, da base do prefeito, entraram com pedido de mandado de segurança para suspender o resultado e realizar uma nova votação. Na quarta-feira (8), após manifestação do Ministério Público, a Justiça suspendeu a eleição do dia 1º.
Confusão
Com a Câmara lotada e tumultuada, a primeira votação teve uma disputa para sua presidência entre Abel Arantes e Vanessa da Saúde (União Brasil). Ambos receberam dez votos. O vereador Uriel Biazin, do PT, se absteve.
“Daqui a 30 minutos vamos retomar a votação”, disse Abidan Henrique, que presidia a sessão por ter sido o vereador mais votado na eleição em outubro. O pessebista então foi cercado e pressionado pelos demais vereadores. Menos de 30 segundos após anunciar meia hora de intervalo, voltou ao microfone para dizer: “Senhores vereadores, vamos retomar a votação”.
Os vereadores passaram à votação nominal, por ordem alfabética, e quem não estava foi considerado ausente. Nas imagens da sessão, que teve duração de quase 6 horas, é possível ver o vereador Gideon Santos Júnior (PV) apressando os votos dos colegas.
Procurado pela TV Globo, Abidan afirma que interrompeu a sessão para “acalmar os ânimos” tanto do público quanto das pessoas que estavam rodeando a mesa (vereadores e assessores).
A pronta retomada das atividades ocorreu, segundo o vereador, depois que ele constatou que a ausência dos parlamentares da base do prefeito foi uma forma de estender a sessão em um cenário de derrota.
“Os outros 10 vereadores tiveram, sim, o direito de votar. Eu lhes dei a palavra [para o voto]. Porém, numa estratégia de fazer uma obstrução da sessão, eles saíram por própria vontade da plenária. Por isso não concordo que foi tolhido o direito de voto”, diz.
Apesar de discordar da decisão judicial, o vereador afirma que “prontamente” convocou uma nova sessão. “Nós vamos fazer a votação, como manda a Justiça.”
Mesa Diretora da Câmara de Embu das Artes eleita no dia 1º pode mudar
Reprodução/Câmara Municipal de Embu das Artes

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