23 de setembro de 2024

Câmara Municipal arquiva processo de cassação contra suplente de vereador em Bragança Paulista, SP

Mário Benedito da Silva (MDB) foi condenado pela Justiça a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto por assédio e importunação sexual. Mario Benedito Silva, de Bragança Paulista
Reprodução/Facebook
A Câmara Municipal de Bragança Paulista arquivou, na tarde desta terça-feira (9), o pedido de cassação do mandato do suplente de vereador, Mário Benedito da Silva (MDB), condenado a um ano e quatro meses por assédio e importunação sexual.
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Segundo a Câmara, o motivo do arquivamento é que Mário trocou de partido, saindo do União Brasil e indo para o MDB. Como ele deixou de ser suplente, não há mais motivo para votar o pedido de cassação, segundo o Legislativo.
Mário nega todas as acusações e disse que está recorrendo da decisão. Sobre a mudança de partido, ele não respondeu aos questionamentos da reportagem.
A reportagem também entrou em contato com o União Brasil e o MDB, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. A Prefeitura de Bragança Paulista disse que o ex-suplente não trabalha mais na administração municipal.
Condenação
Mário Benedito da Silva foi condenado após ter sido denunciado por uma mulher, que o acusa de ter praticado assédio e importunação sexual em 2021, quando ambos trabalhavam na prefeitura da cidade – leia mais detalhes abaixo.
Mário atuou como suplente de vereador. Ele assumiu o mandado por 10 dias no fim de março, período em que a titular do cargo e presidente da Câmara, Gi Borboleta (União Brasil), atuou como prefeita por conta das férias do prefeito Amauri Sodré da Silva (União Brasil).
Câmara Bragança Paulista
Divulgação
O caso
O vereador Mário Benedito da Silva foi condenado pela Justiça a um ano e quatro meses de prisão em regime aberto por assédio e importunação sexual.
O caso aconteceu em 2021 contra uma funcionária da prefeitura, quando o Mário Benedito da Silva exercia cargo comissionado na administração municipal.
A decisão da 1ª Vara Criminal de Bragança Paulista é do dia 1° de abril. Cabe recurso.
Denúncia
O crime foi praticado em 2021, mas a mulher registrou boletim de ocorrência dez meses após deixar de trabalhar com o acusado.
Segundo a denúncia, a mulher trabalhava como funcionária do setor de zeladoria da prefeitura, quando passou a ser assediada pelo chefe da equipe, Mário Benedito. Atualmente ele atua como vereador suplente, mas, na época, tinha um cargo comissionado no Executivo.
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Ainda segundo a denúncia, a equipe se deslocava em uma van pela cidade para executar os trabalhos de zeladoria, enquanto a vítima frequentemente ia em um carro que ficava com o acusado. Em depoimento, a vítima informou que isso acontecia contra a vontade dela.
Também em depoimento, a vítima relatou que, durante as viagens de carro, Mário Benedito a assediou diversas vezes, passando a mão nas pernas da mulher e a convidando para sair.
Uma testemunha que também prestou depoimento afirmou que, após os episódios, a mulher chegou a apresentar sinais de ansiedade e pediu para trocar de equipe na prefeitura.
Mario Benedito Silva, de Bragança Paulista
Reprodução/Instagram (Mario Benedito Silva)
Condenação
A juíza responsável pelo caso, Simone Rodrigues Valle, condenou Mário Benedito da Silva a um ano e quatro meses de prisão por importunação e assédio sexual, em regime inicial aberto.
A condenação prevê ainda que, para que a pena possa ser cumprida no regime aberto, o réu preste serviços à comunidade e pague o valor de três salários mínimos para uma entidade assistencial de Bragança Paulista.
De acordo com a juíza, as provas e depoimentos não deixaram dúvidas de que Mário Benedito usou sua condição de superior no trabalho para assediar a vítima sexualmente.
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