12 de janeiro de 2025

Mesmo com juros em alta, empresas e famílias estão fazendo mais empréstimos


Banco Central mostra que crédito para famílias e empresas cresceu mais de 10% em um ano, alcançando um total de R$ 6,3 trilhões em todo o Brasil. Crédito em alta no Brasil, mesmo com juros altos
TV Globo
A pequena fábrica de impressões poderia crescer mais depressa. Os novos pedidos ainda esperam o tempo da tinta secar. Sobram clientes e faltam máquinas.
“Para poder atender maiores quantidades, ter uma maior produção, aumentar nossa produtividade e uma melhor qualidade. Então a gente tem a necessidade de pegar empréstimos para poder investir em maquinário, investir em estrutura em si da própria empresa”, comenta Diego Saraiva, empresário e dono da FS Stamping.
Dados do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a empresas e famílias cresceu mais de 10,7% em um ano. Passou de R$ 5,7 para R$ 6,3 trilhões.
Investimento sempre acelera a produtividade das empresas. É por isso que a alta do crédito no ano passado explica em parte o crescimento da economia do país. Para as empresas, crédito é uma ferramenta essencial para garantir os pagamentos e se preparar para expandir no futuro.
Contratar empréstimos nunca é uma decisão fácil, ainda mais num cenário de alta de juros e disso pode depender o rumo da economia.
Na presidência da Federação Brasileira dos Bancos, Isaac Sidney espera uma redução no ritmo de concessão do crédito.
“As condições macroeconômicas e financeiras pioraram um pouco, nós vamos começar 2025 com juros mais altos, com inflação mais pressionada, com dólar mais forte, com também uma capacidade de comprometimento de renda das famílias um pouco pior em razão da inflação maior e dos juros mais altos”, comenta Isaac Sidney.
“As empresas, as famílias quando tomam crédito precisam fazer suas contas e os bancos analisam a performance das empresas, a performance das pessoas físicas para evitar que elas possam se endividar mais do que a sua capacidade de pagamento.”, complementa.
Os irmãos e sócios estão confiantes de que vão pagar o financiamento das máquinas, e o governo pode ajudar com equilíbrio das contas públicas. É o que diz o professor de economia do Insper, Guilherme Fowler.
“Porque no fundo essa questão fiscal, ela tem deteriorado muito o câmbio e isso acaba gerando uma pressão inflacionária, só que o único instrumento que o banco central tem são os juros, que acaba batendo exatamente na questão dos empréstimos. Um cenário de juros mais baixos conseguiria fazer com que esse crédito conseguisse ser de fato pago pelas famílias e pelas empresas, reduzindo a inadimplência e garantindo um panorama mais suave de crescimento econômico”, explica Guilherme Fowler.

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