Tecnologia passou a ser utilizada em 14 de dezembro. Levantamento mostra que afogamentos diminuíram 43% em comparação ao ano anterior após uso dos aparelhos. Drones ‘salva-vidas’ fazem ronda em praias do PR dando ‘puxão de orelha’ em banhistas
Com o objetivo de evitar afogamentos, dois drones passaram a “trabalhar como salva-vidas” nesta temporada no litoral do Paraná. A tecnologia é utilizada pelo Corpo de Bombeiros todos os dias desde 14 de dezembro de 2024, nas praias de Matinhos e Guaratuba.
Cada drone é equipado com uma caixa de som e operado em conjunto por dois salva-vidas, que ao perceberem situações de risco, emitem mensagens de alerta que podem ser gravadas ou feitas “ao vivo” pelos bombeiros. Veja o funcionamento acima.
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No dia a dia, os drones começam a funcionar antes mesmo da abertura dos postos de guarda-vidas, às 7h, e são desligados apenas após o fechamento, por volta das 20h.
A capitã do Corpo de Bombeiros, Tamires Silva Pereira, explica que os drones funcionam como patrulheiros. Na operação do aparelho, um bombeiro fica no controle remoto do equipamento, enquanto o outro analisa a visão do drone e observa, por exemplo, se há algum banhista em área de risco.
Quando uma situação perigosa é identificada, o aparelho voa até o banhista e, por meio do sistema de comunicação, emite um alerta de perigo, sinalizando que a pessoa está perto de uma corrente de retorno, muito afastada da costa ou em área não protegida por guarda-vidas.
Entre os avisos emitidos, estão:
“Se ingerir bebida alcoólica, não entre na água”
“Crianças devem estar a uma distância de, no máximo, um braço dos seus responsáveis”;
“Cuidado com fotos e selfies em áreas de risco. Sua vida vale mais do que um like”;
“Nade sempre entre as bandeiras vermelha e amarela, que indicam a faixa protegida por guarda-vidas”.
Drones salva-vidas no litoral do Paraná
Reprodução/RPC
Se for necessário, segundo a capitã, os bombeiros também podem se comunicar com os banhistas por meio dos drones.
“A gente teve, neste verão, uma vítima que se perdeu no Morro do Boi e a gente conseguiu fazer a comunicação por áudio com essa vítima. Informar e ir passando o trajeto para ela, os cuidados que ela deveria ter. E ela conseguiu sair sem que houvesse intervenção física da equipe dentro da mata”, contou a capitã.
Antes do uso deste drones, outros dois, de modelo inferior, foram utilizados para auxiliar nos salvamentos. No entanto, esse é o primeiro verão em que os equipamentos ajudam nas orientações com recursos de áudio, iluminação e outros mecanismos de segurança.
A capitã explica que, nesta temporada, um dos novos drones também presta apoio aos bombeiros em Pontal do Paraná, quando necessário.
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Capacidade dos drones na prática
Drones circulam litoral do Paraná para dar ‘puxão de orelha’ em banhistas
Reprodução/RPC
De acordo com os bombeiros, o voo dos drones pode durar até 55 minutos por bateria. Eles são resistentes à chuva, altas e baixas temperaturas, e ventos fortes, de até 43 km/h.
O zoom dos aparelhos alcança até 21 km de distância e eles conseguem ficar a uma altura mínima de 10 metros do mar – evitando o chamado “espelho d’água”, que pode atrapalhar o sinal e diminuir a precisão do GPS e controle do drone.
Segundo a capitã Tamires, os drones também possuem visão termal, que auxilia na busca de pessoas submersas ou sob escombros.
Drones ajudam na redução de afogamentos, mas número ainda preocupa
O Corpo de Bombeiros destaca que os afogamentos leves e severos diminuíram no Paraná. Entre 2023 e 2024, foram 67 afogados leves e cinco severos. Entre 2024 e 2025, foram 37 leves e quatro severos – número 43% menor.
Ao mesmo tempo, as mortes por afogamento dobraram. Na Costa-Leste, de 14 de dezembro de 2024 a 1º de janeiro de 2025, foram registradas oito mortes. No mesmo período do ano passado, foram três.
A capitã do Corpo de Bombeiros Tamires Silva Pereira reforça que os drones tem ajudado nesses salvamentos e chamado a atenção, em especial, de crianças e adolescentes.
“Os óbitos estão diretamente relacionados com adolescentes e jovens adultos. Então, conseguir chamar essa atenção para o drone e, automaticamente, fazer ela parar o que está fazendo e ouvir a mensagem do drone, faz a gente alcançar o público alvo na campanha contra o afogamento”, diz.
Afogamentos no litoral:
Morador de Pinhais: Corpo de menino de 12 anos que estava desaparecido após se afogar em praia no litoral do Paraná é encontrado
Em Matinhos: Morador de Curitiba morre após se afogar no Litoral do Paraná
Outro caso: Adolescente de 16 anos desaparece após se afogar em praia do Paraná
Dicas para evitar afogamentos
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná destaca algumas medidas para evitar afogamentos:
Pergunte ao guarda-vidas sobre o melhor local para banho e nade próximo a ele;
Caso encontre uma criança perdida, leve-a ao posto de guarda-vidas;
Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do banho de mar;
Nade longe de pedras, estacas ou piers;
Cuide com as valas, nelas há maior correnteza apesar de aparentar falsa calmaria;
Certifique-se da profundidade da região em que deseja mergulhar;
Ao pescar em pedras, observe se a onda não pode alcançá-lo;
Afaste-se de animais marinhos como água-viva e caravelas;
Respeite as sinalizações de perigo na praia.
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