14 de janeiro de 2025

Acusado de matar adolescente após confundi-la com PM durante selfie irá a júri popular no litoral de SP


Khaylane da Silva Nascimento, de 15 anos, morreu após ser atingida por um tiro na cabeça em Santos (SP). Khaylane da Silva (à esq.) foi morta com um tiro na cabeça que teria sido disparado por Jhonatan Bueno (à dir.)
Redes sociais e g1 Santos
Jhonatan Bueno Martins de Camargo, acusado de matar a adolescente Khaylane da Silva, de 15 anos, após confundi-la com um policial em Santos, no litoral de São Paulo, irá a júri popular. A data do julgamento ainda não foi divulgada oficialmente.
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Khaylane foi baleada na cabeça, em janeiro de 2020, no bairro Bom Retiro. A Polícia Civil identificou o homem a partir de uma testemunha, que fez o reconhecimento dele após ouvir conversas de um grupo criminoso .
Jhonatan foi localizado e preso preventivamente em abril do ano passado. Em novembro, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou a pronúncia [encaminhamento para julgamento no Tribunal do Júri] do homem.
Conforme apurado pelo g1, a defesa do acusado solicitou a absolvição sumária ou impronúncia por falta de provas. No entanto, o juiz Felipe Junqueira D’Ávila Ribeiro considerou que houve materialidade e indícios suficientes de autoria do crime, decidindo pela pronúncia de Jhonatan no dia 6 de janeiro.
Segundo o juiz, os indícios são das provas orais de testemunhas colhidas em juízo:
“O conjunto dos depoimentos traz que um grupo de indivíduos teria passado diante do grupo em que as vítimas estavam e disparado contra elas. A testemunha protegida afirmou que o atirador foi o réu Jhonatan. As investigações policiais, reforçadas pelos depoimentos destes, também trouxeram elementos [neste sentido]”, declarou o magistrado.
Ainda de acordo com Ribeiro, o homem deve ser julgado pelo homicídio de Khaylane e a tentativa de homicídio de outra adolescente que foi atingida por um tiro de raspão. Para ele, a qualificadora de motivo torpe deve ser mantida para julgamento pelo Tribunal do Júri.
O juiz esclareceu que o MP-SP atribui a qualificadora ao fato de o acusado ter decidido matar as vítimas supondo que elas eram policiais. “Há elementos nos autos indicando que este teria sido o motivo do crime”, pontuou.
Beco onde Khaylane foi atingida com um tiro na cabeça após ligar o flash do celular para tirar foto de amigos.
G1 Santos
Relembre o caso
Khaylane morreu após ser atingida por um tiro na cabeça no dia 31 de janeiro de 2020, em santos. Uma testemunha relatou à polícia que a vítima foi confundida com policiais ao ativar o flash da câmera de um celular em uma área considerada perigosa.
Segundo um parente que preferiu não se identificar, a adolescente estava em um beco próximo da própria casa, conversando com outros adolescentes, no Caminho São José. Um homem teria passado por eles correndo, por volta das 21h30, e efetuou disparos de arma de fogo. Um dos tiros atingiu Khaylane na testa.
Os amigos da adolescente pediram socorro a um vizinho, que estava tirando o carro da garagem no momento do disparo. Ele socorreu a vítima, levando a adolescente e a mãe para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste. Khaylane já estava inconsciente e, da UPA, ela foi encaminhada para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.
De acordo com o boletim de ocorrência, uma das testemunhas disse à Polícia que Khaylane se afastou do grupo por um momento para tirar uma foto com um celular pouco antes do momento do crime. Por isso, suspeita que o flash do celular tenha chamado a atenção de criminosos da região, que teriam confundido a adolescente com agentes da Polícia Militar e efetuado os disparos em direção à vítima.
Durante as investigações sobre o crime, outra testemunha surgiu. Ela disse que saiu na rua para verificar o que estava acontecendo após ouvir o sim dos disparos. Desta forma, encontrou cinco homens fugindo do local do crime, dois deles armados.
Segundo o depoimento, o grupo parou de correr próximo de um mangue e um dos homens perguntou a outro se ele havia “atirado no rosto”. O outro com a arma respondeu, repetidamente, que “tomara que não, tomara que não”.
A testemunha reconheceu Jhonatan como o homem que respondeu. Além disso, uma denúncia anônima enviada à polícia também apontou Jhonatan como responsável pelo homicídio.
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