23 de setembro de 2024

Contas no vermelho? Veja dicas de sucesso para sair das dívidas

72 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em fevereiro; SC é segundo estado com menor percentual, segundo Serasa Dívidas atrasadas doem não somente no bolso, mas também interferem no comportamento. Os impactos vão desde à vida social e relações sociais, assim como a concentração no trabalho, perda de confiança, isolamento social – e pode levar até a separações e transtornos psicológicos.
A avaliação é do Serasa, que publica mensalmente estudo sobre este tema. O mais recente, de fevereiro, aponta para mais de 72 milhões de brasileiros inadimplentes. Santa Catarina é o segundo estado com o menor indicador, com 37,06%, atrás apenas do Piauí, com 35,65%, enquanto a média brasileira é de 43,85%, conforme o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil. O estado com população mais inadimplente é o Mato Grosso, com 53,49%.
O levantamento mostra que o valor médio das dívidas de inadimplentes por pessoa é de R$5.306,27, enquanto o montante de dívidas alcança R$271,48 milhões. O valor médio de cada dívida é de R$1.408,06.
A fase de ajustes pode ser dolorosa, mas é necessária para uma boa organização e planejamento financeiro visando quitar as dívidas e limpar o nome. Para gerenciar as dívidas de forma inteligente, a especialista em planejamento financeiro Daiane Alves Gubert, CEO da Phidias Investimentos, escritório vinculado à XP, elencou algumas estratégias para sair do vermelho e alcançar estabilidade financeira, incluindo cortes de gastos, evitar fazer novas dívidas, renegociar débitos com credores, instituições financeiras ou órgãos especializados.
“A psicologia tem avançado muito sobre dinheiro e comportamento. As dificuldades de lidar com o dinheiro tem muito a ver com a questão cultural e comportamental. Ter nascido em uma família pobre, ter tido dificuldades de lidar com dinheiro, ter pouco dinheiro, não saber quando vai morrer, tudo isso tem a ver com crenças. Podemos mudar o jogo mudando o nosso comportamento de hoje, começar hoje e com quanto de dinheiro for possível. Vamos cuidar da forma com que lidamos e falamos sobre o dinheiro. Ele é nosso aliado”, reforça a especialista.
Fiquei endividado, como retomar as rédeas da minha vida financeira?
Quitar dívidas e sair do vermelho é um desafio para milhões de brasileiros diante de um cenário econômico ainda desafiador, com juros elevados e falta de educação financeira para a maior parte da população. Mesmo que o endividamento e a inadimplência sejam um problema que abala a vida financeira, é possível adotar medidas para organizar as finanças, mesmo para quem ganha pouco.
O primeiro passo, segundo a especialista, é levantar todos valores devidos, e compilar qual a situação desses débitos. Se está inadimplente, por quanto tempo, quais os juros envolvidos, qual o valor atual da dívida. Todos os detalhes precisam ser contabilizados.
O segundo passo é organizar as finanças, listando todos os gastos por categoria, para verificar quais itens podem ser cortados no orçamento, principalmente itens que são considerados supérfluos. Será preciso reduzir os gastos e priorizar o que realmente importa. Mudar hábitos é essencial, evitando presentes caros, serviços online não utilizados, muito transporte por aplicativo e refeições via delivery.
Com as finanças reorganizadas, é hora de negociar. A especialista orienta entrar em contato com credores, sejam, lojas, bancos e outros estabelecimentos. Também é de interesse deles que os débitos sejam quitados. Não tenha vergonha e busque participar de feirões de renegociação. O Serasa possui a opção de renegociação em aplicativo do celular e o programa governamental Desenrola Brasil também pode ser uma opção para passar por essa fase.
Se precisar priorizar uma dívida ou outra, opte pela mais cara – aquelas que possuem juros mais elevados, e podem virar uma “bola de neve” mais fácil. Entre elas, está o rotativo do cartão de crédito, que pode fazer as dívidas dispararem com facilidade. A taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas no rotativo do cartão de crédito atingiu 412,5% ao ano no mês de fevereiro.
Também é preciso evitar novas dívidas, aprender com os próprios erros, e avaliar a nova realidade financeira para que a relação com dinheiro se torne mais satisfatória. Compras por impulso podem comprometer todo o empenho durante o mês em poucos minutos.
Conquistar uma renda extra é uma das formas de ajudar a colocar as contas em dia, por meio de horas extras, aumento salarial ou atividades de freelancer, como aulas particulares, produção de doces para vendas, oferecimento de serviços de Uber entre outros.
A organização financeira é essencial nessa etapa. Se o motivo do descontrole foi o cartão de crédito, juntar o dinheiro antes de efetuar uma compra e realizar o pagamento à vista, pensando por alguns dias se essa aquisição é mesmo necessária, é uma forma de priorizar, escolher o que faz sentido nesta etapa da vida.
Dívidas pagas e o início da formação de uma reserva de emergência oferecem uma vida financeira mais saudável e tranquila. A organização financeira é fruto de aprendizado e, mesmo em um momento difícil, esses ensinamentos podem levar a uma nova relação com o dinheiro, beneficiando o bolso, mas também a mente.
Com uma reserva de emergência em ativos líquidos, quem teve dívidas anteriormente pode começar a investir e rentabilizar os recursos, fazendo com que os juros trabalhem não contra, mas a favor.
Quer mais dicas para melhorar sua saúde financeira? Acesse o canal Grana Extra no G1.

Mais Notícias