Mulher é investigada por triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Três pessoas morreram após consumir o alimento em Torres, no Litoral Norte. Perícia encontrou arsênio em bolo de Natal
Reprodução/TV Globo
Três mulheres da mesma família morreram após comer um bolo de frutas cristalizadas envenenado com arsênio em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em dezembro de 2024.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita é que Deise Moura dos Anjos tenha envenenado as pessoas da família de seu marido, Diego Silva dos Anjos. Ela está presa temporariamente desde 5 de janeiro.
E, no início de janeiro, após exumação do corpo do sogro de Deise – que havia falecido em setembro –, as autoridades confirmaram que ele também havia ingerido arsênio antes de morrer. Ele faleceu após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.
Questionado se o marido de Deise teria participação nos crimes ou se sabia dos supostos planos da esposa, o delegado titular da Polícia Civil de Torres, Marcos Vinicius Veloso, disse que isso ainda é apurado. Por enquanto, ele é tratado como testemunha.
Em nota, a defesa de Deise alegou que as prisões temporárias “possuem caráter investigativo” e que “ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso”. (Leia a íntegra mais abaixo)
O g1 elaborou uma linha do tempo que destaca os principais acontecimentos do caso.
Infográfico sobre o envenenamento do bolo
g1
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Novas investigações
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul analisa, a pedido da Polícia Civil, se há arsênio em alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para a sogra, Zeli dos Anjos, quando estava internada no hospital.
O material foi entregue pela família de Zeli à Polícia Civil após Deise visitar a sogra, que estava internada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. Ela não chegou a comer os lanches, porque quem a acompanhava no hospital impediu.
Bolo envenenado: Itens investigados pelo IGP-RS
Divulgação/IGP
Além disso, a Polícia Civil pediu no dia 13 de janeiro ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) que faça a coleta de sangue do marido e do filho de Deise. Não há prazo para divulgação do resultado da análise.
Segundo o delegado Cléber Lima, diretor da Delegacia de Polícia do Interior (DPI), o objetivo é para “confirmar um possível envenenamento”.
O delegado Cléber Lima não detalha qual seria a motivação da suspeita para envenenar o marido e o próprio filho.
Nota da defesa de Deise
O escritório Cassyus Pontes Advocacia representa a defesa de Deise Moura dos Anjos no inquérito em andamento sobre o fato do Bolo, na Comarca de Torres, tendo sido decretada no domingo a prisão temporária da investigada.
Todavia, até o momento, mesmo com o pedido da Defesa deferido pelo judiciário, ainda não houve o acesso ao inquérito judicial.
A família, desde o início, colabora da investigação, inclusive com depoimento de Deise em delegacia, anterior ao decreto prisional.
Cumpre salientar, que as prisões temporárias possuem caráter investigativo, de coleta de provas, logo ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso, os quais não foram definidos ou esclarecidos no inquérito.
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