16 de janeiro de 2025

Reconhecimento facial de câmeras com IA nas ruas leva à prisão de criminosos no ES


Projeto piloto da Secretaria Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) utiliza câmeras já existentes em locais de grande circulação e pretende ampliar atuação das câmeras. 32 foragidos foram presos com ajuda de reconhecimento facial de câmeras públicas do ES
A inteligência artificial (IA) tem ajudado o governo do Espírito Santo a identificar foragidos da Justiça a partir do reconhecimento facial realizado por câmeras espalhadas pelo estado. A ação faz parte de um projeto piloto iniciado no estado em novembro que já conseguiu prender 32 criminosos em dois meses.
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Inicialmente, as câmeras utilizadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) já estavam instaladas nas cidades em pontos estratégicos como ruas de grande circulação, no transporte público e em prédios públicos.
Segundo o Secretário da pasta, Leonardo Geraldo Baeta Damasceno, os testes sinalizaram um retorno positivo para a utilização do reconhecimento facial.
“No projeto piloto, a gente priorizou utilizar câmeras do próprio estado que já estão instaladas em locais públicos de grande aglomeração de pessoas. A gente tem feito esses testes que tem sido bem sucedidos. Nesses dois meses de novembro e dezembro, foi uma quantidade significativa de prisões em poucas câmeras e a gente conseguiu realmente dar uma assertividade e provar que tecnologia é o futuro”, destacou o secretário.
Como funciona?

A câmera é instalada em pontos de grandes aglomerações urbanas, ônibus e prédios públicos;
O equipamento consegue identificar pessoas foragidas e com mandado de prisão em aberto com a ajuda da inteligência artificial mesmo se o suspeito estiver com parte do rosto coberto;
O criminoso então é flagrado pelo videomonitoramento;
Um alerta é emitido sobre onde essa pessoa foi vista;
Equipes são enviadas para encontrar e prender a pessoa e a confirmação final da identidade é feita pelos agentes.
A secretaria não informou quantas câmeras são utilizadas, em quais cidades e nem se se existe uma previsão de expansão do projeto. Mas afirmou que trabalha para licitar a contratação dos servidores com estrutura computacional com capacidade de processamento das imagens.
Câmeras instaladas em pontos de maior aglomeração são utilizadas para reconhecimento facial e prender foragidos da justiça no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Para isso, o órgão já possui a documentação técnica, mas depende de conseguir licenças para as câmeras que ainda serão instaladas.
“Hoje a gente está trabalhando com a infraestrutura aproveitada do próprio cerco inteligente, mas mudando um pouco o propósito. O cerco inteligente usa as câmeras para identificação de placas de veículos e o reconhecimento facial para face de indivíduos. Nós precisamos contratar portanto a infraestrutura lógica computacional com capacidade do processamento dessas imagens. Se com esse resultado do projeto piloto com poucas câmeras a gente já consegue efetuar muitas prisões, quando tiver isso espalhado em muitas câmeras públicas, em locais públicos, com certeza nós teremos muito trabalho para as equipes policiais e fazer valer a lei penal e cumprir os mandados de prisão”, pontuou.
Segundo dados da secretaria, das 32 prisões realizadas, 23 foram feitas por setores da Polícia Civil. A maioria dos mandados em aberto eram pelos crimes de roubo e tráfico de drogas, mas também tiveram detidos por falsa identidade, estupro, corrupção de menores, entre outros crimes.
Centro de monitoramento responsável por receber imagens do reconhecimento facial no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Na prática, ao identificar alguém com mandado de prisão em aberto, o sistema emite um alerta para uma equipe da Secretaria, que vai analisar as informações e enviar o comunicado para equipes realizarem a abordagem.
“Como ele trabalha algoritmo, ele não vê com os nossos olhos, ele vê como um algoritmo e transforma o nosso rosto numa conta matemática e esse numeral vai sendo comparado com o que a gente tem no banco de dados. Então basicamente ele vai dar um percentual de assertividade. Mesmo com parte do rosto tampado, boné, óculos escuros, o sistema continua trabalhando. Nós também já tivemos prisões de indivíduos que a foto que foi usada na comparação estava com os olhos tampados e mesmo assim o sistema conseguiu reconhecer acima de 90%. Mas para bater o martelo se é a pessoa ou não que está ali identificada, compete ao ser humano. Em algum momento da abordagem policial, ele vai precisar fazer a checagem”, comentou.
O secretário também comentou que faz parte do planejamento utilizar tecnologia nos carros dos policiais, como câmeras que vão ajudar a fazer a leitura das placas de carros, com foco nos furtos e roubos.
A ideia é que ainda no veículo, o agente tenha acesso a informações biométricas permitindo identificar com mais rapidez os condutores, principalmente nos casos em que a pessoa não transporta o documento.
Governo do Espírito Santo utiliza em projeto piloto a inteligência artificial para ajudar a identificar foragidos da justiça a partir do reconhecimento facial
Reprodução/TV Gazeta
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