16 de janeiro de 2025

PM suspeito de integrar milícia é preso dentro de batalhão


Segundo o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado, o sargento da PM André Barbosa Cabral, conhecido como Cabral, atua no Valverde e Cabuçu, em Nova Iguaçu. O sargento da PM André Barbosa Cabral foi preso dentro do 9º BPM (Rocha Miranda)
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Promotores do Ministério Público do Rio prenderam na manhã desta quinta-feira (16), dentro do 9º BPM (Rocha Miranda), o sargento da PM André Barbosa Cabral, conhecido como Cabral, suspeito de ter ligação com a milícia que atua em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Outro alvo da operação é Warley Paul Mansur de Souza, apontado como braço direito do miliciano Gilson Ingrácio de Souza Junior, o Juninho Varão. Souza é já considerado foragido.
A pedido do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o juiz da 1ª Vara Criminal Especializada determinou o afastamento do PM de suas funções públicas.
Segundo o Gaeco, Cabral “ocupava uma posição de liderança em regiões de Nova Iguaçu, como Valverde e Cabuçu, onde exercia controle armado sobre as atividades da milícia, que incluíam a prática de homicídios, extorsão, agiotagem, lavagem de dinheiro, distribuição clandestina de sinais de TV e internet, porte e posse ilegal de armas, entre outros delitos”.
Warley Paul Mansur de Souza
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Ainda segundo os promotores de Justiça, o PM se autointitula um dos fundadores da milícia na localidade.
Já Warley Mansur atua como braço direito de outra liderança da facção, desempenhando funções como cobrador e executor das ordens da organização. Além de pedir a prisão de Cabral e Souza, o Gaeco denunciou a dupla por organização criminosa.
Guerra com a família Braga e irmão assassinado
O principal inimigo é a Família Braga, que atua na Zona Oeste e avança para dominar a Baixada. Cabral é um velho conhecido da Justiça do RJ. Ele já havia sido preso outras vezes e responde pelos crimes de extorsão qualificada e associação criminosa.
Em outubro de 2020, o irmão dele, Domingos Barbosa Cabral, foi assassinado no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu. Candidato a vereador nas eleições municipais, ele foi executado quando estava num bar na cidade. Os criminosos de toucas ninjas fizeram vários disparos.
Segundo a polícia, o paramilitar Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em 2021, foi o responsável pelo crime.
Mais de uma década de crimes
Segundo o MPRJ, Cabral faz parte de quadrilhas há mais de 15 anos. No fim dos anos 2000, quando ainda era cabo, ele foi acusado de integrar o “Bonde do Jura”, um grupo de extermínio comandado pelo sargento da PM Juracy Alves Prudêncio. Essa aliança aparece num processo de 2009, no qual os dois são acusados de formação de quadrilha. Ele acabou absolvido na ação.
Cabral já respondeu a outras ações. Mas, acabou sendo inocentado.
O g1 tenta contato dos citados.

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