Município de Jordão, no interior do Acre, não possui ligação terrestre com o restante do estado, o que limita o deslocamento a aviões e barcos. Vereadores da cidade interromperam recesso para debater caso. Vereadores ressaltam necessidade de diálogo entre poder público e a única empresa que opera voos no município
Reprodução/Kézio Araújo
Os moradores da cidade de Jordão, no interior do Acre, foram pegos de surpresa com o reajuste das passagens aéreas. O valor que até 2024 era de R$ 900 sofreu reajuste em janeiro deste ano e subiu para 1.200 reais, um aumento de 33%.
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A empresa Ortiz Aerotáxi é a única que atua no trecho de Jordão a Rio Branco com dois voos semanais. A situação é tão grave que mesmo no período de recesso parlamentar, os vereadores fizeram uma reunião para tratar do assunto.
“Nos reunimos para fazer um documento e encaminhar ao gabinete do governador para que exista um subsídio dessas passagens aéreas para ajudar o povo do nosso município”, disse o vereador Marcelo Mendonça (PP), presidente da Câmara Municipal de Jordão.
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Quem vive no município só tem acesso a outras cidades e à capital acreana viajando de avião ou de barco. Porém, o Rio Tarauacá, que corta a cidade, ainda não se recuperou da estiagem severa que atingiu o estado.
Nessas condições, somente embarcações de pequeno porte conseguem trafegar. Mesmo assim, pode levar até dois dias para que o barco chegue à cidade mais próxima, que é Tarauacá.
Os vereadores afirmam que o serviço oferecido pela empresa aérea é essencial para a população e que é preciso diálogo para buscar uma solução. A produção da Rede Amazônica tentou contato com a empresa, mas não conseguiu retorno.
“Precisamos buscar alternativas para garantir que a população tenha acesso ao serviço, por isso acreditamos que deva haver uma parceria entre o governo e a empresa. Porque nós precisamos desse serviço”, acrescentou o vereador Eronildo Marçal (PP).
*Com colaboração de Kézio Araújo.
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