21 de janeiro de 2025

Donald Trump toma posse nos Estados Unidos nesta segunda; veja como foi


Primeira parada foi a igreja de Saint Johns. Trump chegou acompanhado da esposa, Melania Trump, se sentou na primeira fileira com ela, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, e a esposa dele, Usha Vance. O que chamou a atenção dentro foi a presença em destaque dos donos de grandes empresas de tecnologia. Donald Trump toma posse nos Estados Unidos
Jornal Nacional
Donald Trump está de volta à presidência dos Estados Unidos. No discurso de posse, anunciou o começo de uma era de ouro e prometeu restaurar a grandeza da América – que foi mote das campanhas eleitorais do ano passado e de dois mil e dezesseis.
Às 10h40 da manhã, pelo horário de brasília, Donald Trump deixou a Blair House, a casa de hóspedes do presidente dos Estados Unidos.
A primeira parada foi a igreja de Saint Johns. Trump chegou acompanhado da esposa, Melania Trump, e se sentou na primeira fileira com ela, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, e a esposa dele, Usha Vance.
Enquanto isso, Joe Biden fazia a última reunião como presidente com a vice Kamala Harris. Kamala e o marido, Douglas Emhoff, receberam o vice-presidente eleito e a esposa dele.
Até que Donald Trump chegou à casa branca e foi recebido pelo casal Biden. Quando perdeu a tentativa de reeleição, em 2020, Donald Trump se recusou a receber Biden e não compareceu à cerimônia de posse.
Dessa vez, eles tomaram um chá, que marca a passagem de bastão – faz parte do protocolo –, e seguiram juntos, no mesmo carro, em direção ao capitólio, sede do congresso americano.
Por tradição, a cerimônia é realizada do lado de fora. Mas, por causa do frio em Washington hoje, foi feita dentro de um dos prédios mais famosos da capital americana.
Estavam presentes todos os ex-presidentes americanos vivos: Bill Clinton, acompanhado da mulher, Hillary Clinton, que perdeu as eleições para Trump em 2016, George W. Bush com Laura Bush, e Barack Obama – a esposa dele, Michelle, não compareceu à cerimônia.
O que chamou a atenção dentro foi a presença em destaque dos donos de grandes empresas de tecnologia americanas:
Mark Zuckerberg, fundador da meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp;
Jeff Bezos, dono da Amazon e do jornal Washington Post;
Sundar Pichai, chefe do Google;
Elon Musk, dono da rede social x e da empresa de foguetes Spacex, e que também tem lugar no governo de Trump com a missão de cortar gastos públicos;
e Tim Cook, o C.E.O da Apple, que faz o iPhone.
Também estavam presentes na posse o C.E.O da rede social Tik Tok, Shou Zi Chew; e
Sam Altman, fundador da Open AI, uma das maiores empresas de inteligência artificial.
Discurso durante a posse
O primeiro a fazer o juramento foi o novo vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance – aos 40 anos, é o terceiro vice-presidente mais jovem da história.
Logo depois, foi a vez de Donald Trump, que prometeu lealdade à constituição dos Estados Unidos.
Em seguida, fez o primeiro discurso do novo mandato, que durou 30 minutos. Trump defendeu que começa agora a era de ouro dos Estados Unidos.
“A era do ouro começa agora mesmo. De hoje em diante, nosso país vai florescer e vai ser respeitado de novo, no mundo inteiro. Todas as nações vão nos invejar e não vamos mais permitir que tirem vantagem de nós. Em todos os dias do governo Trump, vou colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”.
Criticou o governo de Joe Biden, que estava ao lado dele.
“Por muitos anos, radicais e corruptos tiraram o poder e a riqueza dos nossos cidadãos enquanto os pilares da nossa cidade rachava e eram abandonados às traças”.
Assinatura de decretos
Trump disse que a partir daquele momento, acabava o declínio americano e anunciou que hoje mesmo assinaria decretos que chamou de históricos.
“Primeiro, vou declarar uma emergência nacional na nossa fronteira sul. Todas as travessias ilegais vão parar e vamos começar o processo de devolver milhões e milhões de estrangeiros criminosos de volta para os lugares de onde saíram. Vamos reinstituir a minha política ‘fiquem no México’. E vou enviar soldados para a fronteira sul para repelir a invasão desastrosa do nosso país”.
Trump ainda alegou que muitos imigrantes que entraram no país pela fronteira com o México vieram de prisões e clínicas psiquiátricas. Um mantra que repetiu ao longo da campanha – sem nunca apresentar provas.
Trump afirmou que vai fazer o que for preciso para combater a inflação. Garantiu que vai reduzir o preço dos combustíveis, para isso vai declarar crise de emergência energética e abrir novos poços de petróleo, que ele chamou de ouro líquido.
“Os EUA serão uma nação industrial mais uma vez e teremos algo que nenhuma outra nação industrial jamais terá: a maior reserva de petróleo e gás de qualquer país na Terra. E vamos usá-la. Vamos usá-la”.
Trump disse que o governo vai acabar com o pacote de políticas para combater mudanças climáticas e não vai mais estimular a compra de carros elétricos.
“Em outras palavras, você vai poder comprar o carro que quiser”.
Anunciou que vai cortar os impostos dos americanos taxando os outros países.
“Vou começar imediatamente uma varredura do nosso sistema comercial para proteger trabalhadores e famílias americanos. Em vez de taxar os nossos cidadãos para enriquecer outros país e, vamos aplicar tarifas e taxas outros países para enriquecer os nossos cidadãos”.
O novo presidente também sinalizou que vai enfraquecer iniciativas de inclusão e não vai defender os direitos dos transexuais.
“Vamos criar uma sociedade que não vê a cor das pessoas e que seja baseada no mérito. A partir de hoje, a política oficial do governo dos Estados Unidos diz que só existem dois gêneros: o masculino e o feminino”.
Trump prometeu ser um pacificador e unir o país e o mundo. Lembrou dos reféns israelenses soltos pelo grupo terrorista Hamas como parte do acordo de cessar-fogo negociado pelos Estados Unidos.
“Fico satisfeito em dizer que, ontem, um dia antes de eu tomar posse, os reféns no Oriente Médio começaram a voltar para casa, para suas famílias”.
Foi o único momento em que Joe Biden e Kamala Harris se levantaram para aplaudir. Se olharam enquanto Trump trazia pra si os créditos de um esforço conjunto das duas equipes, do governo que acabava e do governo que chegava.
Trump prometeu trocar o nome do Golfo do México para Golfo da América e mais uma vez disse que o canal do Panamá deveria voltar para a mão dos americanos.
Afirmou que a China controla o canal e que os americanos pagam mais caro para usar a rota.
“Não demos o canal para a China, demos para o Panamá e vamos tomá-lo de volta”.
Uma empresa com sede em Hong Kong administra dois portos nas entradas do canal. Especialistas dizem que a companhia poderia ter acesso a toda informação do vaivém dos navios – a grande maioria americanos.
Mas segundo a autoridade do canal do Panamá, os navios dos Estados Unidos pagam as mesmas taxas de trânsito que os de qualquer outro país.
Trump terminou o discurso reforçando que os Estados Unidos reassumiriam a liderança global.
“Seremos prósperos, seremos orgulhosos, seremos fortes. E vamos vencer como nunca. Não seremos conquistados, não seremos intimidados e não seremos abalados e não vamos falhar. Deste dia em diante, os Estados Unidos da América serão uma nação livre, soberana e independente. Vamos com bravura, vamos viver com orgulho, vamos sonhar com ousadia e nada vai ficar no nosso caminho porque somos americanos. O futuro é nosso. A nossa era de ouro acaba de começar.”
Donald Trump é o primeiro presidente americano em 130 anos a deixar a Casa Branca, passar um tempo fora e voltar a morar aqui. Ele volta ainda mais fortalecido, cercado dos maiores empresários americanos, que prometem que vão fazer valer a vontade dos Estados Unidos no mundo.
Depois, Trump fez um outro discurso para apoiadores ainda no capitólio, repetiu a tese infundada de que houve fraude na eleição de 2020, que ele perdeu. Também disse que vai acabar de construir o muro para separar os Estados Unidos do México, e que vai fazê-lo rapidamente.
Empossado, Trump assinou as nomeações do gabinete de governo dele, em uma sala dedicada aos presidentes – que fica dentro do congresso americano. E, ainda no capitólio, participou de um almoço com deputados, senadores e convidados.
Socorristas de Butler
Sem sair da sede do congresso americano, foi a outra solenidade – desta vez, para fazer a inspeção das tropas e receber as primeiras honras militares como presidente neste mandato. Nessa cerimônia, participaram socorristas de Butler, a cidade onde Donald Trump sofreu um atentado a tiros em julho, em um evento de campanha.
O correspondente Felipe Santana está na arena em Washington, onde o presidente Donald Trump assistiu a um desfile militar e assinou vários decretos.
Esses socorristas de Butler, na Pensilvânia, participaram do desfile e trouxeram o uniforme de Corey Comperatore, o bombeiro voluntário morto durante a tentativa de assassinato a Donald Trump.
Ele estava sentado atrás de Donald Trump. O tiro passou de raspão pelo Trump e pegou no bombeiro. E eles trouxeram o uniforme no desfile.
Toda a família de Donald Trump estava sentado ali na primeira fila. Foi uma comemoração que aconteceria a princípio, do lado de fora, mas foi transferida para dentro por causa do frio intenso em Washington.
Quem também esteve no desfile foram as famílias dos reféns do grupo terrorista Hamas, que foram agradecer a Donald Trump pelo trabalho de negociação por pelo acordo de cessar-fogo que está liberando alguns reféns.
Além disso, Donald Trump começou a fazer um discurso e disse vai começar a assinar decretos.
Ele falou, em primeiro lugar, que vai revogar 80 decretos do presidente John Biden. Ele ainda não mencionou quais seriam, mas ele mencionou um – ele disse que vai voltar a tirar os Estados Unidos do acordo climático de Paris.
Esse acordo foi assinado primeiro pelo Barack Obama, depois Donald Trump tirou os Estados Unidos desse acordo. Depois Joe Biden, colocou os Estados Unidos de volta e agora Trump diz que vai tirar mais uma vez dos Estados Unidos do acordo climático de Paris.
Os diplomatas reclamam muito desse tipo de instabilidade que existe nos Estados Unidos hoje em dia. Trump também disse que hoje à noite vai perdoar aqueles invasores já condenados no Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021 – ele ainda não fez isso. Agora, ele vai sentar para assinar os primeiros decretos.

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