23 de setembro de 2024

Bombeiros encerram buscas por homem desaparecido em enchente 20 dias após temporal no Sul do ES

Lailson Rogério Firmino, de 52 anos, era pedreiro e morava com a mãe em Mimoso do Sul. Na madrugada do dia 23 de março, ele saiu de casa por volta das 2h e não voltou mais. Lailson Rogério Firmino, de 52 anos, saiu de casa na madrugada do dia 23 de março, quando as fortes chuvas atingiram Mimoso do Sul, no Sul do ES
Reprodução/Redes sociais
Vinte dias após a forte chuva que atingiu o Sul do Espírito Santo e deixou 20 mortos e mais de 11 mil pessoas fora de casa, o Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) suspendeu as buscas por um único homem que consta na lista de desaparecidos. Lailson Rogério Firmino, de 52 anos, saiu de casa na madrugada do dia 23 de março, durante o temporal, e foi levado pela correnteza do Rio Muqui, segundo familiares.
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De acordo com a corporação, as operações de buscas por Lailson começaram logo cedo naquele 23 de março, logo após o temporal que devastou ao menos 13 cidades capixabas, e chegaram a 20 dias ininterruptos de trabalhos nesta quinta-feira (11).
Durante as buscas, foram utilizados drones, cães de busca e detecção de seres humanos, além de diversas embarcações. Também foram percorridos um total de 87 km no rio e grandes extensões de áreas que acumularam detritos nas margens de outros córregos.
Trabalho do Corpo de Bombeiros pelos desaparecidos nas cidades de Mimoso do Sul e Apiacá
Reprodução/Redes sociais
“Seguindo protocolos internacionais e utilizando tecnologias avançadas, as equipes do CBMES exploraram extensivamente o Rio Muqui do Sul, cobrindo cerca de 39 km até o Rio Itabapoana e mais 48 km até a foz no mar em Presidente Kennedy”, informou a corporação por meio de nota.
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O Corpo de Bombeiros disse ainda que percorreu a área do Córrego da Serra, devido à força da água que também o fez subir.
“A seleção desses locais baseou-se em dados como a posição da vítima, a quantidade e a força da água, bem como análises detalhadas do fluxo da enxurrada, sendo todos os pontos e áreas de busca meticulosamente georreferenciados”, acrescentou a corporação.
Ainda segundo os Bombeiros, devido às condições desafiadoras, incluindo a força da água e a complexidade do terreno, com muitas pedras e sumidouros, é difícil precisar a localização exata da vítima e compreender o que pode ter ocorrido durante seu trajeto.
“O Corpo de Bombeiros permanece comprometido em retomar as buscas assim que novas evidências surgirem. As equipes seguem monitorando e estão prontas para agir assim que necessário. Os familiares foram comunicados e estão recebendo apoio psicológico”, finalizou a nota.
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Segundo a Defesa Civil estadual, Lailson é o único desaparecido em decorrência do forte temporal que atingiu o Sul do Espírito Santo. A outra pessoa que constava como desaparecida na cidade de Apiacá não está mais na lista porque teria desaparecido depois do período da chuva.
“O Corpo de Bombeiros esclarece que o desaparecimento é posterior ao período das chuvas. Após levantamentos e confirmação de dados, constatou-se que o desaparecido é um homem, adulto, procurado pela família desde a terça-feira posterior às chuvas, 26 de março. Durante o cadastramento de desaparecidos, a família repassou os dados desta pessoa para auxílio e conhecimento do Corpo de Bombeiros, sendo, inicialmente, incluído nos dados de vítimas das chuvas, porém, com a confirmação da data do desaparecimento, a informação será retirada da estatística”, explicou o órgão.
Homem era pedreiro e morava com a mãe
Lailson Rogério Firmino, de 52 anos, é a única pessoa que consta na lista de desaparecidos em decorrência do temporal no Sul do ES
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com a irmã da vítima, Cristiani Firmino, Lailson era pedreiro e morava com a mãe na Rua da Serra, região central de Mimoso. No dia da tragédia, ele saiu de casa por volta das 2h e não voltou. Foram vizinhos que informaram que viram ele sendo levado pela correnteza do rio.
“A casa deles é mais no alto, então não entrou água. A gente acredita que ele saiu para ver a chuva e foi levado”, disse a irmã.
Abalada, a mãe do morador, de 71 anos, foi levada para a casa de outros familiares em Marechal Floriano, na Região Serrana capixaba.
“Minha mãe tá sofrendo muito. Tá muito triste”, disse a irmã do pedreiro.
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A tragédia
As fortes chuvas atingiram 13 municípios da Região Sul do Espírito Santo entre a noite do dia 22 e a madrugada do dia 23 de março, deixando rastros de destruição. O temporal arrastou veículos, quebrou muros e imóveis, deixando ao menos 20 mortos e milhares de pessoas fora de casa.
As mortes em decorrência da chuva foram registradas em Mimoso do Sul (18 vítimas) e também em Apiacá (2 mortos).
Além de vidas perdidas, o prejuízo passa pela perda de roupas, móveis e documentos. Muitas famílias perderam tudo. A força da água quebrou muros, derrubou paredes de residências, invadiu lojas, escolas e prédios públicos, arrastou carros e caminhões.
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No dia 25 de março, dois dias após a enchente, o governo federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), anunciou que enviou uma equipe da pasta prestar apoio a municípios do Sul do Espírito Santo atingidos pelas fortes chuvas.
Entre as medidas imediatas do governo do estado, uma delas foi a disponibilização do Cartão Reconstrução para as pessoas atingidas pelas chuvas no Sul do Espírito Santo. O benefício no valor de R$ 3,5 mil poderá ser usado para aquisição de móveis, eletrodomésticos, roupas, alimentos, material de construção ou qualquer item que a família entenda como prioritário.
No dia seguinte (26), o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, entregou o relatório inicial com as demandas de infraestrutura urbana, rural e rodoviária, além de habitação, com custo estimado em R$ 743 milhões. De acordo com o documento, será necessária a construção de 560 novas unidades habitacionais, além da reparação de quase 1,7 mil residências, com investimento previsto de R$ 275,3 milhões.
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