23 de setembro de 2024

Leitos infantis de enfermaria e UTI atingem lotação máxima na rede municipal de Campinas

Segundo a direção da Rede Mário Gatti, quadros respiratórios causaram aumento na procura por prontos-socorros e, consequentemente, internações. Com alta em quadros respiratórios, leitos para crianças lotam no SUS municipal em Campinas
Os leitos infantis de enfermaria e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) atingiram lotação máxima nos hospitais municipais de Campinas (SP) nesta quinta-feira (11). Na rede estadual, a ocupação também está perto do limite (veja números abaixo).
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🏥 O que causou a lotação? Segundo a direção da Rede Mário Gatti, os quadros respiratórios levaram ao aumento na procura por prontos-socorros e, consequentemente, na necessidade de internações, especialmente entre crianças com menos de 1 ano.
A taxa de ocupação nas unidades de saúde da metrópole está dividida da seguinte forma:
Hospital de Clínicas da Unicamp
UTI
Capacidade: 22
Crianças internadas: 21
Enfermaria
Capacidade: 49
Crianças internadas: 48
Rede Mário Gatti
UTI
Capacidade: 29
Crianças internadas: 29
Enfermaria
Capacidade: 44
Crianças internadas: 44
Fachada do Hospital Mário Gattinho, em Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
Demora no atendimento
A reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, esteve no Hospital Mário Gattinho e constatou o aumento na procura. No local, pais e mães aguardavam há horas por atendimento para crianças, como era o caso do analista de tecnologia Ulaecio Carmo.
“Desde 9h que a gente tá aqui. Meu primeiro atendimento com uma criança que está com fome desde 9h da manhã, porque ela tomou café, foi 13h37. Isso porque eu fui reclamar no atendimento. Já são 14h47, nós estamos esperando o segundo atendimento”, relatou.
O aposentado Odair Nunes esteve no local junto à trancista Ingrid Moreira para buscar atendimento para o neto, mas a fila de espera foi longa. “Até agora ele passou só pela triagem, não tem um médico que chamou ele até agora, a gente é de família humilde, não tem condição de comprar comida, nada”.
“Hoje está bem difícil aqui, viu? Eu estou com a Lorena aqui, ontem ela caiu em cima do bracinho dela, e ele está gemendo de dor, acordou com febre, vomitando, eu não sei se quebrou ou não. Só queria um raio-x, e até agora nada. Ninguém medicou ela ainda, e ela está com febre”, disse a balconista Camila Pereira.
O que diz o hospital?
Em entrevista à EPTV, o diretor técnico do Hospital Mário Gatti, Carlos Arca, destacou que todas as unidades administradas pela rede, apesar de estarem com os leitos ocupados, têm capacidade de atender as crianças nas salas de emergência e de retaguarda.
“Neste momento, a demanda pelas portas dos prontos-socorros infantis está em torno de 50% além da média esperada para meses fora deste período de doenças respiratórias infantis. Ou seja, estamos atendendo 50% a mais e, em alguns momentos, como nas segundas-feiras, quase 100% a mais da demanda esperada”, informou.
Segundo Arca, todos os pacientes que procuram o serviço são submetidos a uma classificação de risco de acordo com a necessidade que apresentam no momento. “Os que têm mais gravidade serão atendido mais rapidamente, os de menor gravidade infelizmente terão que esperar um pouco mais”.
O diretor técnico também destacou que o Hospital Mário Gattinho possui equipes médica e de enfermagem completas para a capacidade da unidade de saúde. Paralelamente, outras equipes devem passar por capacitação para melhorar e agilizar o atendimento.
Regionalização
A Secretaria Estadual de Saúde informou, em nota, que o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas passa por um processo de regionalização da saúde, que tem como objetivo levantar e priorizar os principais problemas de saúde, bem como identificar prováveis soluções.
Comentou, ainda, que o projeto de novas vagas de UTI neonatal e de leitos pediátricos está em fase de estudos, e há outro projeto em andamento para readequar a estrutura do HC para atender novos pacientes.
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