24 de janeiro de 2025

Aos 17 anos, aluna da rede pública passa em 2º lugar em medicina da USP Ribeirão Preto pelo Provão Paulista


Com rotina de estudos, distância de redes sociais e apoio de professores, Flávia Pontes, de Cajuru (SP), também conseguiu vagas na Unesp e na Unicamp. ‘Um esforço a mais sempre tem que ter,’ diz. Estudante de Cajuru é aprovada em medicina na USP
Estudante da rede pública de ensino em Cajuru (SP), Flávia Pontes, de 17 anos, acaba de conquistar o segundo lugar no curso de medicina na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) por meio da nota que obteve no Provão Paulista, sistema de avaliação que abre vagas no ensino superior para alunos do estado.
A aprovação direta, após o ensino médio, é resultado das aulas regulares na escola, tarefas e simulados em casa, além de um cursinho no período da noite, onde a estudante tinha bolsa, e um tempo longe das redes sociais.
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Aos 17 anos, a estudante Flávia Pontes, de Cajuru (SP), ficou em segundo lugar no vestibular de medicina da USP de Ribeirão Preto
Luciano Tolentino/EPTV
“Um esforço a mais sempre tem que ter, a gente não tem os melhores materiais na escola, mas com esforço também dá certo. Eu vim de escola pública a minha vida inteira, mas também tive muito incentivo dos professores de pequenininha até o ensino médio, eles me ajudaram bastante porque eu sempre gostei de estudar”, diz.
A primeira chamada do Provão Paulista teve 236 alunos aprovados e convocados da região de Ribeirão Preto. A lista foi divulgada na segunda-feira (20).
Além de conseguir uma vaga na Universidade de São Paulo, Flávia foi aprovada na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No entanto, optou pela medicina na USP para ficar mais perto da família. Apesar de todo o esforço, ela conta que o resultado foi uma surpresa.
“Eu já comecei a chorar, liguei pra todo mundo, eu nem vi a posição primeiro, eu queria passar, não importava o lugar. Só vi meu nome na lista e já liguei pra mãe, pro pai, pra todo mundo chorando, depois que eu entrei e vi que passei em segundo. Eu achei que estava lá pra baixo, foi muito inesperado mesmo”, conta.
Rotina de estudos
O caminho até a aprovação, de acordo com Flávia, foi solitário. Ela lembra que muitos dos seus colegas da escola pública pareciam desmotivados, como se conquistar uma vaga em uma universidade pública não fosse possível para eles.
Apesar de sempre ser considerada uma boa aluna, foi no terceiro ano do ensino médio que ela decidiu focar no estudos. Foi preciso organização e disciplina durante toda a preparação.
“Nos intervalos eu fazia as questões que eu tinha mais facilidade e à tarde, quando eu votava pra casa, pegava as que eu tinha um pouco mais de dificuldade e voltava na teoria, Youtube, livro, pesquisando aula.”
Segundo lugar na medicina da USP Ribeirão, Flávia Pontes conta que focou nos livros e abriu mão de redes sociais durante a preparação para o vestibular
Luciano Tolentino/EPTV
Flávia também conta que uma das coisas que mais a ajudaram na aprovação foi se desconectar das redes sociais para se dedicar aos livros. Ainda assim, ela garante que conseguiu encontrar equilíbrio entre diversão e compromisso.
“Deixei um pouco de usar, eu não exclui as minhas contas, inclusive voltei agora, mas desinstalei por um tempo as redes sociais pra não ocupar muito tempo, a gente fica preso naquilo. Também não deixei de sair com os meus amigos, deu pra conciliar o social com estudo.”
Orgulhoso, o pai de Flávia garante que a filha sempre foi dedicada, desde criança, e que agora ela colhe os frutos. “Eu acreditava que ela ia chegar, sempre fiz muita questão de correr atrás do que precisava pra ajudar. (…) O nosso sonho é ver ela feliz, valeu a pena”, diz.
Flavia Pontes, da rede pública de ensino em Cajuru (SP), conquistou segundo lugar na medicina da USP em Ribeirão Preto (SP).
Luciano Tolentino/EPTV
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