31 de janeiro de 2025

Vítimas de enchentes no RS sofrem com estresse pós-traumático, mostra estudo: ‘não consigo retornar ao bairro’, diz morador


Estudo realizado pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) revelou que as vítimas das enchentes que tiveram estresse pós-traumático ainda sofrem com os sintomas da doença. Entre maio e junho do ano passado, quase 70% das pessoas sofreram com algum sintoma. Vítimas de enchentes no RS sofrem com estresse pós-traumático, mostra estudo
Reprodução/ RBS TV
Um estudo realizado pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), revelou que vítimas das enchentes que tiveram estresse pós-traumático ainda sofrem com sintomas da doença.
De acordo com a pesquisa, entre maio e junho do ano passado, quase 70% das pessoas sofreram com algum sintoma. Cerca de 5 mil vítimas foram avaliadas.
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Segundo Daniel Baldez, pesquisador do laboratório de psiquiatria molecular da HCPA, algumas pessoas tem pesadelos, crises de ansiedades e tristeza.
“Se caracteriza por sintomas ansiosos, como preocupações recorrentes, dificuldade para dormir, crises de raiva, de choro, além de sintomas mais característicos e específicos do estresse agudo, afirma o pesquisador.
Os traumas ainda continuam em grande parte dos 2.800 participantes do estudo. Cerca de 24% dos afetados pela enchente disseram conviver com pesadelos, crises de ansiedade, tristeza e pensamentos negativos.
Um ano e quatro meses depois da enchente de setembro de 2023, o aposentado Milton Alves da Silva, ainda vive com traumas.
“Psicologicamente pra mim está sendo terrível ainda hoje. Eu não consigo retornar ao bairro onde eu morava. Eu fico tonto, com angustia, dor no peito, lágrima nos olhos, tristeza, falta de apetite. Uma sensação terrível”, fala o aposentado.
O aposentado Milton Alves da Silva, ainda vive com traumas.
Reprodução/ RBS TV
O filho de 8 anos da técnica de enfermagem Mariete Cezar fica agitado quando o céu é coberto pelas nuvens.
“Quando está esses tempos de chuva, ele não quer sair de casa. Ele pega o telefone e começa a ficar olhando toda hora a temperatura, para ver se está marcando chuva, se não está”, explica Mariete.
Segundo o estudo, a rede de apoio e acolhimento para essas pessoas precisa ser reforçada. Em Porto Alegre, as equipes de saúde mental fizeram mais de 100 mil atendimentos pelo Sistema Única de Saúde (SUS). Já nas unidades de saúde localizadas nos bairros mais afetados pela capital, a assistência foi ampliada.
“Nesse momento, nós temos, inclusive, em algumas unidades de saúde e até em algumas regiões que tiveram território alagado, atendimento de saúde mental especializado lá mesmo, com psicólogos e psiquiatras. Em outras unidades, o atendimento sempre começa numa consulta com o médico de família”, diz Marta Fadrique coordenadora da saúde mental da Secretaria da Saúde de Porto Alegre.
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