31 de janeiro de 2025

Como ponta de dedo ajudou a identificar homem assassinado há 12 anos em SC; entenda


Rafael Tura foi assassinado a tiros em 2013 em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Uma das semelhanças analisadas para identificar a vítima foi a falta da ponta do dedo indicador direito
Polícia Científica/ Divulgação
A amputação de parte de um dedo foi uma das características analisadas pela Polícia Científica para identificar quem era o homem assassinado a tiros em 2013 e enterrado sem qualquer outra informação sobre ele em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. A análise concluiu, neste mês, que o corpo era de Rafael Tura.
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Segundo a Polícia Científica, o corpo foi exumado em novembro de 2024, sendo possível identificar semelhanças da ossada com as características levantadas de uma pessoa que havia desaparecido naquela mesma época – incluindo, a falta de uma parte do dedo indicador direito (veja mais abaixo).
A pesquisa começou em setembro de 2024, durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, do Ministério da Justiça.
“A gente revisitou os casos. Pegou os nossos casos de cadáveres não identificados, comparou com as listas de desaparecidos da Polícia Civil, e foi procurando aqueles que tinham proximidade temporal e geográfica”, explicou Felipe Salata Braga, superintendente Regional de Polícia Científica em Chapecó.
Com a descoberta de janeiro, a Polícia Civil informou que vai reabrir o inquérito que investiga o homicídio de Rafael Tura.
Suspeita inicial
Ao revisitar casos antigos, os peritos constataram que nos registros de Rafael Tura, até então considerado desaparecido, não constava a impressão digital do indicador direito.
“Nas imagens do local pericial [onde o corpo foi encontrado], deu para ver que o cadáver encontrado não tinha esse indicador direito”, comentou Braga.
Essa semelhança, então, foi o gatilho para a suspeita inicial de que o corpo era de Rafael.
Rafael Tura foi dado como desaparecido em 2013
Reprodução
Identificação
Familiares de Rafael Tura foram chamados e entrevistados pelos peritos. Na ocasião, também coletaram material genético de referência, levantaram informações sobre características físicas e odontológicas e dados das circunstâncias de seu sumiço.
Um dos documentos recebidos, uma foto da mão de Rafael, feita no ano de 2011, aproximadamente, mostrava a falta da ponta do dedo indicador direito.
“Após essa suspeita inicial, que já tinham esses indicadores fortes de proximidade temporal e geográfica e falta do indicador direito, foi feita a exumação do cadáver”, informou o superintendente.
A exumação ocorreu em novembro de 2024. No exame pericial, conforme Braga, foram constatadas várias convergências entre a ossada analisada e os documentos que a família levou na entrevista antropológica, como prontuários médicos.
As semelhanças incluíram, entre outras características:
amputação do dedo indicador direito
fraturas antigas
deformação no braço
tratamentos odontológicos
“Outros parâmetros da ossada, como sexo biológico, estimativa de altura, ancestralidade, todos os parâmetros foram convergentes, não tinha nada que apontasse divergência. Então, o conjunto de todos esses elementos analisados na antropologia deu para bastante segurança de cravar essa identificação”.
Segundo a Polícia Científica, esse foi o primeiro caso atendido pelo Programa Conecta que pôde ser resolvido sem a necessidade do processamento do material genético.
“Essa identificação é mais um exemplo da importância da participação de familiares de pessoas desaparecidas no Programa Conecta, permitindo que unamos as informações fornecidas pelos familiares com os conhecimentos das ciências forenses para a resolução de casos que, por anos, permanecem sem respostas”, ressaltou a perita criminal, Patrícia Monteiro, responsável pelo programa.
Corpo foi exumado em novembro de 2024 para passar por análises
Polícia Científica/ Divulgação
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