Delegada diz que a dona da clínica foi indiciada por homicídio simples por dolo eventual. Servidora pública morreu em dezembro e a dona da clínica continua presa preventivamente. Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, de 44 anos, morreu depois de uma aplicação de hialuronidase, em Goiás
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A Polícia Civil finalizou as investigações, indiciando a dona da clínica de estética na qual morreu a servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, de 44, que teve uma “reação alérgica grave” a um produto sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A servidora morreu no início de dezembro do ano passado, em Goiânia, e a dona da clínica continua presa preventivamente.
O g1 entrou em contato com a defesa da dona da clínica para um posicionamento, mas ainda não teve uma resposta até a última atualização desta reportagem. Anteriormente, a defesa da empresária negou afirmações feitas pela delegada, de que ela não teria formação para realizar o procedimento e que usou na vítima um produto proibido pela Anvisa. Durante o depoimento, conforme a delegada, a empresária ficou em silêncio.
Segundo a delegada Débora Melo, a dona da clínica foi indiciada por homicídio simples por dolo eventual, por crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública e por fraude processual qualificada.
“Apesar de fazer aplicações reiteradas de hialuronidase em sua clínica, ela não possuía os medicamentos e equipamentos necessários básicos para prestar um socorro em caso de anafilaxia. Então, esses elementos nos levaram a mudar a tipificação de homicídio culposo para homicídio com dolo eventual”, explicou a delegada.
Dia da morte da servidora
Mulher morre após procedimento estético no rosto, e dona de clínica é presa
A servidora Danielle morreu no domingo (1/12), um dia depois de passar pelo procedimento e ser levada ao hospital. No dia seguinte, a dona da clínica foi presa e a clínica, interditada, após uma operação notar irregularidades no local.
Na época, a delegada Débora Melo informou que a paciente chegou à clínica, localizada no Park Lozandes, em Goiânia, por volta das 9h da manhã de sábado (30), para realizar uma avaliação. Mas ela foi convencida a fazer um procedimento. Ela passou mal, foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e levada a um hospital, onde morreu.
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Procedimento
Ainda segundo a delegada, o procedimento realizado foi uma aplicação da enzima chamada hialuronidase. “A substância serve para retirar o preenchimento anterior, ou seja, a pessoa fez um preenchimento no rosto, não quer mais, usa a hialuronidase. Só que essa hialuronidase, que supostamente foi usada, isso a perícia vai analisar ainda, ela não tinha registro na Anvisa”, explicou Melo.
A delegada contou também que a aplicação da substância ocorreu na “região abaixo dos olhos” da servidora. Segundo ela, a clínica não possuía os equipamentos básicos de atendimento em casos de uma reação alérgica grave, como aconteceu com a vítima.
Danielle Mendes morreu após realizar um procedimento no rosto em uma clínica estética, em Goiânia
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Prisão de empresária
A delegada explicou, na época, que a empresária não foi detida pela morte da servidora, pois a investigação estava em andamento, a detenção ocorreu por outros três crimes: execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo.
Segundo a delegada, durante a operação na clínica, a equipe policial encontrou as seguintes irregularidades: medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização, materiais limpos misturados com materiais sujos.
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