1 de fevereiro de 2025

Como age a gangue venezuelana Tren de Aragua nos Estados Unidos?


Grupo é acusado de extorsão, homicídios e de tráfico de drogas e de migrantes. Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, as forças de segurança dos Estados Unidos prenderam cerca de uma dúzia de supostos membros. Prisão de membro da gangue Tren de Aragua no Chile
Policia de Investigaciones de Chile/Divulgação via REUTERS
Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, as forças de segurança dos Estados Unidos prenderam cerca de uma dúzia de supostos membros da perigosa gangue criminosa venezuelana Tren de Aragua, acusados de posse e venda de armas de fogo, segundo fontes judiciais.
As autoridades de Nova York anunciaram, nesta semana, a acusação de 10 supostos membros do grupo por venda e posse de armas de fogo, conspiração e outros crimes ao término de uma longa investigação chamada “Operação Descarrilamento do Trem”.
A maioria dos acusados pode enfrentar penas de até 25 anos de prisão se forem considerados culpados.
Essa operação, que realizada em Nova York, Texas, Miami e Colorado, resultou na apreensão de 34 armas – incluindo dois rifles de assalto -, além de 48 gramas de um coquetel de drogas conhecido como tusi ou “cocaína rosa”.
O Tren de Aragua é acusado de extorsão, homicídios, tráfico de drogas e de migrantes.
O alcance das atividades do grupo se estende pelos estados de Connecticut, Pensilvânia, Texas, Flórida e Colorado, segundo a promotora de Queens, Melinda Katz, que acrescentou que os detidos “desempenhavam diferentes papéis em favor da agenda do Tren de Aragua”.
Outro suposto membro da gangue, Anderson Zambrano Pacheco, foi acusado em um tribunal de Nova York por posse de armas. Ele participou do ataque a um edifício na cidade de Aurora, no estado do Colorado, em agosto passado – um evento que levou Trump, durante sua campanha eleitoral, a colocar esse grupo criminoso no topo de suas prioridades contra a imigração ilegal.
“Os membros do TDA participaram de inúmeros ataques a tiros e assassinatos (…). Grande parte da violência se deve a hostilidades entre membros e ex-membros da gangue”, disse um dos investigadores, Michael Bonner.
Em julho passado, o Departamento de Estado dos EUA reconheceu que a atividade dessa organização havia se expandido para o país e ofereceu recompensas por três de seus membros, que podem estar na Colômbia e na Venezuela.
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Ao assumir seu segundo mandato, Trump declarou terroristas grupos criminosos e cartéis, como o Tren de Aragua (TDA) e a gangue salvadorenha MS-13.
No entanto, o ex-agente da DEA, agência antidrogas dos EUA, Mike Vigil afirmou à agência de notícias AFP que o TDA “não é forte” nos Estados Unidos e acusou Trump de apresentar essa gangue criminosa, que surgiu em uma prisão na Venezuela e se expandiu por países como Colômbia, Brasil, Chile e Peru, como “se fosse uma invasão, mas isso não é verdade”.
Procurado pela AFP, o Departamento de Segurança Interna dos EUA não confirmou o número total de detidos do TDA no país.
Trump pedirá ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que repatrie “todos os criminosos e membros de gangues venezuelanos que foram exportados para os Estados Unidos”, anunciou nesta sexta-feira (31) o enviado especial para a América Latina, Mauricio Claver-Carone.

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