24 de setembro de 2024

Morcego caído no chão pode estar com raiva e bióloga alerta que animal morto também transmite a doença; veja cuidados

Piracicaba (SP) soma quatro casos positivos de raiva em morcegos em 2024; o mais recente foi confirmado no dia 5 de abril. Piracicaba confirma quatro casos de raiva em morcegos e acende alerta da vigilância
Com quatro casos positivos de raiva em morcegos em 2024, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Piracicaba (SP) alerta a população sobre os cuidados necessários se o animal for encontrado caído no chão de casa, calçadas ou ruas. Mesmo morto, o morcego contaminado com o vírus da raiva pode transmitir a doença.
“Não é hábito do morcego ficar no chão. Se ele isso ocorrer é porque o animal está com algum problema. Por isso, para o CCZ, o morcego nessa situação é considerado suspeito de estar contaminado com o vírus da raiva”, afirma a bióloga do CCZ de Piracicaba, Regina Lex Engel.
De acordo com levantamento mais recente da prefeitura, divulgado no dia 5 de abril, o CCZ já recolheu 102 morcegos caídos em domicílios.
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A especialista orienta ainda que o animal precisa ser recolhido com os todos os cuidados e proteção necessária, sem que ocorra contato direto com humanos. – Veja mais, abaixo. 👇
Como recolher o animal? 🦇
Mesmo que o animal esteja morto, não se pode pegá-lo com as mãos desprotegidas porque, mesmo morto, o morcego pode transmitir raiva.
É preciso recolher o morcego com uma pá de lixo ou com as mãos envoltas a alguma proteção que também será descartada após a ação.
O que fazer em caso de acidente? 🤔
Se houver acidente, é essencial que a pessoa procure atendimento médico para que o especialista conheça o tipo de contato ocorrido com o animal e avalie o que é necessário fazer, se é necessário tomar vacina antirrábica.
Que órgão notificar o caso? 📝
É preciso entrar em contato com o Centro de Controle de Zoonoses que fica na Rua dos Mandis, s/n°, bairro Jupiá.
Morcego com raiva_Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba/Arquivo
Casos 📈
Na última ocorrência, registrada em abril deste ano, o animal estava com raiva e foi encontrado morto na garagem de uma casa na Rua Ubatuba, no bairro Jaraguá.
O policial aposentado Adalberto, morador da residência, percebeu que tinha algo errado com o animal.
“Cheguei mais perto e vi que era um morcego. Pensei que tinha alguma coisa errada. Quando vi que estava caído já imaginei que estivesse doente”, relatou.
Outros casos
No último dia 22 de março, três outros casos positivos de raiva em morcegos foram confirmados pelo laboratório do CCZ.
O primeiro caso de raiva em morcego de 2024 foi registrado na região central de Piracicaba. A segunda ocorrência na cidade foi no Bairro Dois Córregos em fevereiro.
O terceiro caso de raiva em morcego foi confirmado em animal encontrado morto em uma calçada na Rua das Piracanjubas, no bairro Jupiá, sem informação de contato humano ou com animais.
Em 2023, foram cinco casos positivos de morcegos com raiva.
Morcegos x Mosquitos
O morcego é de hábito insetívoro (se alimenta de insetos), da família molossidae e espécie Nyctinomops laticaudatus, tendo um papel ecológico extremamente importante, fazendo o controle de insetos no ambiente.
Um único animal dessa família pode coletar até 500 mosquitos por hora, capturando seu alimento em pleno voo. “Inclusive o mosquito transmissor da dengue, ressalta a bióloga.
De acordo com a bióloga Regina Lex Engel, os morcegos urbanos não são agressivos, mas eles podem morder para se defender quando se sentem ameaçados.
“Assim, quando estão caídos no chão, podem estar doentes, já que não têm o hábito de ficar no solo, e assim, nessas condições, podem contaminar, acidentalmente, tanto animais domésticos (cães e gatos) como o homem, pois estão expostos a qualquer tipo de contato”, alertou.
Morcego capturado em Piracicaba em 2023
Guilherme Valdanha/CCS
Raiva: Alta de casos em 2023
Piracicaba (SP) registrou alta de casos de raiva em morcego entre 2022 e 2023, segundo a Secretaria de Saúde. Com isso, aumenta ainda mais a importância de imunizar cães e gatos domésticos contra a doença, apesar de ela estar em situação controlada na cidade – Entenda abaixo. 👇
A raiva é uma doença causada pelo vírus Lyssavirus, da família Rhabdoviridae. O vírus causador da doença acomete o sistema nervoso central do infectado, ocasionando uma encefalite (inflamação no cérebro que causa inchaço) que geralmente evolui rapidamente.
Ele pode ser passado para o ser humano por meio da saliva de animais infectados. A transmissão ocorre, principalmente, por causa das mordidas dos animais, mas podem acontecer em caso de arranhões ou até lambidas. O período de incubação do vírus varia entre as espécies.
De acordo com a prefeitura, de janeiro até 10 de outubro de 2023, foram registrados seis casos positivos de raiva em morcego. Em 2022, o ano inteiro, foram cinco casos. Os dados também mostram sete casos em 2021, seis em 2020 e 11 em 2019.
Apesar dos casos em morcegos, a cidade não registra a circulação de vírus em animais domésticos. Em humanos, há mais de duas décadas não há casos.
Vacinação contra a raiva em cães e gatos
Reprodução/Freepik
Vacinação💉
A Secretaria de Saúde reforça que mantém a vacinação antirrábica para cães e gatos – contactantes com morcegos – em posto permanente na sede do CCZ (Rua dos Mandis, s/n°, bairro Jupiá) – durante o ano todo.
Vacinação contra a raiva em Piracicaba
Secretaria de Saúde de Piracicaba
Além disso, o CCZ está devidamente preparado para realizar ações de bloqueio necessárias em caso de surgimento de algum caso confirmado para a doença em animais, conforme preconiza orientações do Ministério da Saúde e Governo do Estado de São Paulo, o que não ocorre neste momento.
O CCZ orienta os tutores de cães e gatos que se atentem à vacinação antirrábica anual de seus animais, pois é a única maneira de preveni-los e de se prevenir contra essa doença que é letal e não tem cura.
A Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba alerta às pessoas, caso encontrem morcegos caídos, vivos ou mortos, que entrem em contato com o CCZ para orientações e procedimentos.
O Centro funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 16h, e aos sábados, das 7h às 13h. O telefone é 3427-2400.
Para informações sobre vacinação, o telefone do Departamento de Bem Esta Animal (DBEA) é (19) 3427-2721.
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