5 de fevereiro de 2025

Ex-PM morto em ataque com mais de 140 tiros foi expulso da corporação após intimidar moradores de comunidade em Curitiba


Intimidação aconteceu horas antes de um incêndio que destruiu centenas de casas na vila. Na época, suspeita era de que incêndio foi represália da polícia pelo assassinato de um policial militar no bairro. Ex-policial militar morto foi expulso da corporação por má conduta
A sindicância que levou à expulsão de Anderson Lobrigatte do quadro da Polícia Militar do Paraná foi motivada por um episódio no qual ele e outro policial foram filmados atirando contra o chão na Vila Corbélia, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
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O vídeo foi gravado horas antes de um incêndio que destruiu centenas de casas na vila. Na época, a suspeita era de que o incêndio foi uma represália da polícia pelo assassinato de um policial militar no bairro.
Lobrigatte foi morto em um ataque com mais de 140 tiros no dia 17 de janeiro, no bairro Capão Raso, em Curitiba. Dois homens encapuzados se aproximarem do carro de luxo em que ele estava e dispararem contra o ex-PM. Os autores dos disparos não foram localizados. A Polícia Civil investiga o caso.
Lobrigatte entrou para a corporação em fevereiro de 2016 e saiu em janeiro de 2021, quando foi expulso.
Conforme a PM, uma sindicância apurou os desvios de conduta e o conselho de disciplina optou pela exclusão do homem da corporação pelo “bem da disciplina”.
O g1 e a RPC tiveram acesso a um documento que confirma a motivação.
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Prática de violência e constrangimento ilegal
Vídeo mostra policiais atirando na Vila Corbélia, horas antes de incêndio que destruiu centenas de casas
Reprodução/RPC
Em 2022, de acordo com a PM, Lobrigatte foi condenado pelos crimes de organização de grupo para a prática de violência e constrangimento ilegal no mesmo caso que levou à expulsão dele da corporação.
A sindicância concluiu que, apesar de não ter efetivamente disparado contra o chão, Lobrigatte aderiu e concordou com as ações do outro policial, responsável pelos disparos, na intenção de intimidar os moradores da comunidade em questão.
Além disso, considerou que o então PM portava arma de fogo além da institucional e se omitiu em comunicar posteriormente a ocorrência aos superiores hierárquicos.
A ação dos policiais, conforme a sindicância, desonrou a Polícia Militar do Paraná enquanto instituição e feriu preceitos de disciplina, éticos, legais e morais exigidos na classe policial.
“As ações perpetradas pelos acusados tiveram ampla divulgação na imprensa, com incontestável repercussão negativa à imagem e credibilidade da Polícia Militar do Paraná perante a sociedade paranaense. No momento em que os acusados se utilizam das vestes balísticas da instituição e armas funcionais, é inegável que sejam identificados como representantes da corporação militar, e neste contexto, deveriam proceder com fiel observância às leis e regulamentos, o que, infelizmente, não se verifica no caso concreto, recaindo sobre os Acusados evidentes responsabilidades em face das faltas funcionais por eles praticadas”, afirma o documento.
Mais de 140 tiros
Ex-PM expulso da corporação é morto com mais de 140 tiros em Curitiba
RPC
Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O), mais de 140 tiros foram disparados contra o policial e o carro de luxo semiblindado em que ele estava. Entre as armas utilizadas no crime está um fuzil.
De acordo com o B.O, Lobrigatte tinha ido a uma tabacaria e estava dando carona para uma amiga, de 20 anos. Segundo a polícia, ao chegar na casa da jovem, enquanto descia do carro, dois homens encapuzados se aproximaram em uma moto e fizeram os disparos contra o ex-PM.
A mulher foi ferida na perna e encaminhada para um hospital de Curitiba. Ela sobreviveu.
Ex-policial militar Anderson Lobrigatte, morto em um ataque com mais de 140 tiros em Curitiba
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