24 de setembro de 2024

Irã fala em ‘resposta legítima’ contra Israel e anuncia fim da resposta militar

Autoridades israelenses consideravam que ataque iraniano era iminente depois que o governo do Irã prometeu responder ao bombardeio israelense na embaixada do Irã na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária. Imagens mostram domo de ferro interceptando drones iranianos no céu de Tel Aviv
O Irã disse que o ataque a Israel neste sábado (13) foi uma “legítima defesa” após o consulado iraniano em Damasco, na Síria, ter sido atacado no início de abril —e sinalizou que colocou fim à resposta militar.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
AO VIVO: Irã lança drones e mísseis para atacar Israel; explosões são ouvidas em Jerusalém
Shahed-136: Conheça drone ‘kamikaze’ utilizado pelo Irã no ataque a Israel
“Com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã ocorreu em resposta à agressão do regime sionista [em referência a Israel] contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco [em referência ao ataque à embaixada iraniana na Síria, ocorrido em 1º de abril]. O assunto pode ser considerado concluído. Contudo, se o regime israelense cometer outro erro, a resposta do Irã será consideravelmente mais severa. É um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos DEVEM FICAR LONGE!”, disse a Missão Diplomática do Irã em sua conta na rede social X (ex-Twitter).
Os drones atingiram por volta de 20h o território israelense. Explosões foram ouvidas no território israelense.
TV estatal do Irã divulga vídeo de drones usados em ataque contra Israel
Segundo o Canal 12, de Israel, o Irã lançou dezenas de drones e mísseis, num total de cerca de cem artefatos. Alguns teriam sido derrubados pelas Forças israelenses quando sobrevoavam a Síria e a Jordânia – antes, portanto, de chegarem ao espaço aéreo do país. A previsão é que os drones cheguem a Israel às 20h deste sábado (ou 2h da madrugada deste domingo no horário local). As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que foram mais de cem drones, mas não falou sobre o número de mísseis.
Trata-se de uma retaliação depois de um bombardeio no dia 1º de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, em que um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã foi morto. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, disse que “os avisos necessários foram dados aos Estados Unidos” sobre o ataque de retaliação. Após o Irã colocar os drones no ar, a Casa Branca afirmou que o ataque vai se desenrolar durante horas.
LEIA TAMBÉM:
Irã ataca Israel: conflito tem potencial de ser o maior no Oriente Médio desde a 2ª Guerra Mundial, dizem colunistas; VÍDEO
VÍDEO: ‘Domo de Ferro’ de Israel intercepta ataques do Irã; conheça o sistema
Qual a origem da rivalidade entre Israel e Irã e como ela está sendo intensificada pela guerra em Gaza
Em bunker de hotel em Israel, ex-secretário da Saúde em SP diz que brasileiros estão protegidos após lançamento de drones pelo Irã
Três fontes da agência de notícias Reuters no Iraque afirmaram que viram mais de 20 drones voando na região de Sulaymaniya vindos da direção do Irã.
Segundo o Flightradar, um site que monitora a aviação, os espaços aéreos de Israel, Jordânia, Iraque e Líbano estão fechados.
O que se sabe sobre o ataque do Irã
O Irã enviou drones para atacar o território de Israel neste sábado.
Os drones podem demorar horas para chegar até o alvo.
Pessoas no Iraque, país vizinho do Irã que fica no caminho para Israel, afirmam que viram mais de 20 drones nos ares.
As forças de defesa israelenses afirmaram que estão preparadas para o ataque.
O ataque é uma retaliação do Irã contra Israel: em 1º de abril, a embaixada iraniana na cidade de Damasco, na Síria, foi atingida, e sete pessoas morreram —entre elas, um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.
As IDF afirmaram que estão em alerta máximo e monitoram constantemente a situação operacional. “O conjunto de defesa aérea está em alerta máximo, juntamente com os caças e os navios da Marinha israelense que estão em missão de defesa no espaço aéreo israelense. As IDF estão monitorando todos os alvos”, diz a nota.
No fim, elas pedem para que as pessoas em Israel sigam instruções do comando e os anúncios oficiais das forças.
Antes mesmo do ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que Israel estava de prontidão para um ataque direto do Irã e que responderia da mesma forma.
“Nossos sistemas de defesa estão em prontidão e estamos preparados para qualquer cenário”, disse ele.
Daniel Hagari, o porta–voz das IDF, afirmou que o país está se defendendo com toda sua força e que essa é uma missão que eles estão determinados a cumprir.
O ministro de Defesa do Irã, Mohammad Reza Ashtiani, afirmou que eles vão atacar qualquer país que abrir seu espaço aéreo para Israel poder retribuir contra o território iraniano.
Na ONU, representantes do Irã afirmaram que esse é um conflito entre eles e Israel, e que os Estados Unidos devem manter distância da disputa.
Israel já vinha se preparando há dias
Imagem da cidade de Tel Aviv na noite do dia 13 de abril de 2024, quando o Irã enviou drones para atacar Israel
Reprodução vídeo/Reuters
O país já estava se preparando e “monitorando de perto um ataque planejado” de Irã ou um de seus grupos aliados há dias, disse o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant.
Segundo autoridades israelenses, após o Irã prometer responder ao bombardeio israelense à embaixada iraniana na Síria, que matou comandantes da Guarda Revolucionária, um ataque era considerado iminente.
Gallant disse ainda que as tropas israelenses devem acatar quaisquer ordens que possam ser emitidas pelo Comando da Frente Interna militar, que mapeia mísseis recebidos e outras ameaças aéreas para que o público saiba se deve se abrigar.
O comando da Frente Interna das Forças de Defesa (IDF, em inglês) de Israel proibiu reuniões de mais de 1.000 pessoas em todo o país.
Irã dispara drones contra Israel
Arte/g1
LEIA TAMBÉM:
Irã e Israel: qual o tamanho dos efetivos militares dos dois países
Irã tem mísseis de longa distância capazes de atingir Israel; país tem maior arsenal do Oriente Médio
Ameaça de Irã atacar Israel é ‘real’, diz Casa Branca; países orientam cidadãos a não viajar para a região
Apreensão de navio
A Guarda Revolucionária iraniana apreendeu um navio de carga português neste sábado (13) no Estreito de Ormuz, afirmou a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
Um helicóptero das forças especiais da Marinha da Guarda abordou o navio de carga português, chamado MSC Aries, e o levou para águas territoriais do Irã. Segundo a Guarda Revolucionária, a embarcação está “ligada a Israel”.
A MSC, que opera o Aries, confirmou a apreensão e disse que trabalha com as autoridades competentes para o regresso seguro do navio e o bem-estar dos seus 25 tripulantes.
Em rede social, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Teerã pratica pirataria e que deveria ser sancionado por isso.
Irã diz ter apreendido ‘navio ligado a Israel’
“O regime do aiatolá de Khamenei é um regime criminoso que apoia os crimes do Hamas e que está conduzindo uma operação pirata que viola o direito internacional”, disse Katz no X.
“Apelo à União Europeia e ao mundo livre para que declarem imediatamente o corpo da Guarda Revolucionária Iraniana como uma organização terrorista e para que sancionem agora o Irão.”
Já o porta-voz militar de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, disse que “o Irã sofrerá as consequências por escolher agravar ainda mais esta situação”.
A MSC aluga o navio Aries da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, disse a Zodiac em comunicado. De acordo com a empresa, a MSC é responsável por todas as atividades do navio. A Zodiac é parcialmente propriedade do empresário israelense Eyal Ofer.
Helicóptero passa sobre o navio MSC Aries
AFP/Divulgação
Escalada de tensão
A crise começou depois que autoridades iranianas acusaram Israel de um bombardeio ao consulado do país na Síria, que matou um comandante e outros seis oficiais da Guarda Revolucionária Iraniana. O governo israelense não assumiu a autoria.
Os EUA posicionaram navios de guerra para proteger Israel.
O presidente americano Joe Biden avisou que a retaliação ao bombardeio aconteceria e alertou ao Irã que não ataque. Biden ainda garantiu que Washington vai proteger Israel.
Por precaução, vários países como França, Reino Unido, Alemanha e Rússia pediram aos cidadãos que evitem viagens para a região.

Mais Notícias