5 de fevereiro de 2025

Mulher é condenada por lavar dinheiro para membros de facção criminosa no RN


Segundo MP, ré simulou compra de imóvel para esconder verdadeiros proprietários, investigados por tráfico de drogas. Caso foi investigado dentro da Operação Plata, do Ministério Público. Documentos apreendidos por promotores do Gaeco durante operação Plata, em 2023
MP-RN/Divulgação
Uma mulher foi condenada a seis anos de reclusão e 20 dias-multa por lavar dinheiro para a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) no Rio Grande do Norte. A decisão judicial é um desdobramento da operação Plata, deflagrada em fevereiro de 2023 no estado.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte, Laiza Andrade Silva Alves participou do esquema na compra de um imóvel para ocultar a origem de dinheiro e bens levantados por meio de crimes de Geraldo dos Santos Filho, conhecido como Pastor Júnior, e Valdeci Alves dos Santos – apontado como um dos principais chefes da facção.
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Segundo o MP, ela e os outros investigados fizeram a simulação da compra de um imóvel em janeiro de 2016 e em 16 de junho de 2021 fizeram uma procuração para dissimular a real propriedade.
“Os atos de lavagem se deram para que os criminosos não permanecessem como formais proprietários do imóvel, sendo usada a interposta pessoa Laiza por ter ficha criminal limpa, sem antecedentes, nem vinculação direta com os chefes da associação criminosa”, informava a denúncia.
Segundo o MP, a suspeita é de que o grupo criminoso tenha lavado mais de R$ 23 milhões com a compra de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até com o uso de igrejas.
As investigações tiveram início em 2019, para apurar supostos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro praticados em Natal e outras cidades potiguares.
Laiza é a oitava pessoa diretamente implicada nas investigações a ser condenada pela Justiça.Outros sete acusados foram condenados em setembro de 2024.
O principal elo dos crimes, Geraldo dos Santos Filho, conhecido por Pastor Júnior, recebeu a maior sentença: 84 anos de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na denúncia que resultou nas sentenças, o MPRN indicou que o grupo foi formado especificamente para comprar e transmitir imóveis, realizar depósitos não identificáveis e distribuir dinheiro em espécie.
“Os réus dissimulavam e ocultavam a origem e propriedade de bens e valores oriundos dos crimes praticados por dois irmãos, em benefício de familiares e pessoas próximas a eles”, informou o MP.
Operações Plata e Argento
A operação do MPRN foi desenvolvida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com o apoio da Polícia Militar do RN e dos Ministérios Públicos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba e, ainda, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Em novembro de 2024, o MPRN deflagrou a operação Argento, junto com a Receita Federal, e cumpriu 36 mandados em quatro estados do país contra a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas do PCC. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 2,2 bilhões.
Operação contra o tráfico de drogas no RN
A operação Argento foi anunciada como um desdobramento da operação Plata.
Segundo o MPRN, o grupo alvo era suspeito de lavar dinheiro do tráfico com a abertura de empresas de fachada e postos de combustíveis, compra e venda de imóveis de luxo e cavalos de raça. Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e outros 29 de busca e apreensão nas cidades de Natal, Caicó, Parnamirim e Nísia Floresta e ainda municípios de outros três Estados: São Paulo e Campinas (SP); Vitória da Conquista e Urandi (BA); e Trairão (PA)
Em dezembro, 18 investigados foram denunciados pelo MP.
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