6 de fevereiro de 2025

Enredo e Samba: Salgueiro aposta em fé e proteção com enredo sobre magia e encantamento para o Carnaval 2025

Com a batida forte do tambor e uma narrativa que exalta a fé e a espiritualidade, o Salgueiro promete fazer história na Sapucaí. Enredo e Samba: Salgueiro aposta em fé e proteção com enredo sobre magia e encantamento para o Carnaval 2025
O Acadêmicos do Salgueiro levará para a Marquês de Sapucaí em 2025 um enredo que promete emocionar e resgatar as raízes espirituais da escola. Sob o título “Salgueiro de Corpo Fechado”, a narrativa propõe um mergulho nos rituais de proteção utilizados por diferentes culturas ao longo do tempo, incluindo crenças africanas, práticas indígenas e elementos da cultura popular carioca.
O RJ1 acompanhou um ensaio de rua da escola. Segundo o carnavalesco Jorge Silveira, a proposta do desfile é celebrar a magia e a fé, reforçando a identidade espiritual do Salgueiro.
“Nossa grande tarefa é apresentar na Marquês de Sapucaí grandes rituais dentro da cultura religiosa brasileira, da maneira mais ampla e diversa possível. Queremos buscar a proteção que o Salgueiro precisa para atravessar a maior das encruzilhadas do sambista, que é a Sapucaí”, explicou.
O enredo passará por elementos ancestrais, como as benzedeiras, práticas espirituais ancestrais herdadas da África, banhos de ervas e os talismãs trazidos pelos malês durante a Revolta na Bahia, no século 19. Também haverá espaço para figuras emblemáticas da cultura popular carioca, como as ciganas da sorte, pombas-giras e o malandro batuqueiro, que, segundo Silveira, “vem fechando o corpo da escola rumo ao campeonato”
Para a musa Flávia Alessandra, o desfile tem um significado especial. Tijucana, ela fará sua estreia na pista da Sapucaí. “Amo a avenida, mas é a minha primeira vez desfilando no chão. Muita emoção, ainda mais no Salgueiro, porque sou tijucana. Cada ruazinha que passo aqui tem uma memória, alguma lembrança”, declarou a atriz.
A velha guarda da escola também estará presente com toda a elegância e tradição. “É a melhor coisa que tem na escola. Já fui de tudo: passista, abre-alas por 40 anos, baiana”, contou uma integrante com orgulho.
O grupo Mariposas, formado por mulheres da escola, é uma das alas premiadas, com títulos como Estandarte de Ouro e Gato de Prata. “É ser família e gostar de estar aqui, vestindo a camisa de verdade”, declarou uma componente.
O desfile também pretende incorporar a diversidade espiritual presente na sociedade brasileira. “A gente precisa se reforçar com essas energias, não só da ancestralidade, mas também com energias holísticas, macumbísticas, evangélicas, de onde vier. A gente tem que se agarrar para seguir. E o Carnaval é a junção de tudo”, destacou um membro da escola.
Samba-enredo
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Prepara o alguidar, acende a vela
Firma ponto ao sentinela
Pede a bênção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta e a falange de Xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá
Adorei as almas que conduzem meu caminho
É mojubá, marabô, invoque a Lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia
No tacho, arruda e alecrim, ô
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Sou espinho qual fulô de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal, a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra-egum
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá
Quem tem medo de quiumba não nasceu pra demandar
Meu terreiro é a casa da mandinga
Quem se mete com o Salgueiro, acerta as contas na curimba
Prepara o alguidar, acende a vela
Firma ponto ao sentinela
Pede a bênção pra vovô
Faz a cruz e risca a pemba
Que chegou Exu Pimenta e a falange de Xangô
Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá
Adorei as almas que conduzem meu caminho
É mojubá, marabô, invoque a Lua
Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho
Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco
Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia
No tacho, arruda e alecrim, ô
Bala de chumbo contra toda covardia
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Tenho a fé que habita o sertão
De Lampião, o cangaceiro
Feito Moreno, eu vou viver
Mais de cem anos no meu Salgueiro
Sou espinho qual fulô de macambira
Olho gordo não me alcança
Ante o mal, a pajelança pra curar
Sempre há uma reza pra salvar
O nó desata, liberdade pela mata
E os mistérios do axé, meu candomblé
Derruba o inimigo um por um
Eu levo fé no poder do meu contra-egum
Salve, seu Zé, que alumia nosso morro
Estende o chapéu a quem pede socorro
Vermelho e branco no linho trajado
Sou eu malandragem de corpo fechado

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