6 de fevereiro de 2025

Justiça torna réu bancário que atropelou e matou cantor de pagode no litoral de SP


Adalto Mello, de 39 anos, era compositor e formado em Educação Física. Segundo a denúncia, o bancário Thiago Arruda, de 32, dirigia embriagado e em alta velocidade em São Vicente (SP). Thiago Arruda está preso por matar o cantor de pagode Adalto Mello atropelado em São Vicente (SP)
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tornou réu o bancário Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, denunciado por dirigir embriagado, atropelar e matar o cantor de pagode Adalto Mello, de 39, em São Vicente, no litoral de São Paulo. A defesa dele tem até dez dias para se manifestar.
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Thiago Arruda pelo homicídio doloso com dolo eventual, ou seja, quando alguém assume o risco de matar mesmo sem intenção, no último dia 16 de janeiro. A Justiça aceitou a denúncia na terça-feira (4).
No documento, foram citadas duas qualificadoras no crime, destacando que o réu estava em alta velocidade em uma via de mão dupla quando ultrapassou a moto de Adalto pela direita, subindo na calçada e atropelando o homem. Além disso, foi apontado que o bancário dirigia embriagado.
Segundo o advogado Mário Badures, que representa Thiago Arruda no caso, o bancário em nenhum momento teve a intenção ou previu o acidente.
Adalto Mello, de 39 anos, (à esquerda) pilotava uma motocicleta e foi atingido por um carro conduzido por Thiago Arruda Campos Rosas, de 32, (à direita) em São Vicente (SP).
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Denúncia
O atropelamento aconteceu na Avenida Tupiniquins, em 29 de dezembro. O trecho recebe um alto fluxo de veículos diariamente pela proximidade com a Ponte Pênsil, que liga São Vicente à Praia Grande. O promotor Manoel Torralbo entendeu que a conduta do motorista foi negligente.
“O denunciado assumiu o risco de produzir a morte da vítima, bem como de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho”, justificou o promotor.
Torralbo ainda solicitou que o Judiciário estipule uma indenização para reparar os danos causados aos familiares da vítima, além de que o processo seja encaminhado ao Tribunal do Júri, ou seja, que o acusado seja levado a júri popular após as investigações.
Vídeo mostra acidente de trânsito que matou cantor de pagode em São Vicente (SP)
Quem era Adalto?
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
O cantor de pagode também era compositor e formado em Educação Física. Conforme apurado pelo g1, o músico era divorciado e morava com a mãe em Santos (SP). Ele deixou um filho de 10 anos, que era fruto do antigo casamento.
De acordo com a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. “Aprendeu só de olhar, não fez curso”, disse Carla.
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. “Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha”, relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
Embriaguez
Thiago Arruda publicou imagem em piscina antes de atropelar o cantor de pagode
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Thiago tinha 20,5 vezes mais álcool no organismo do que o permitido por lei, pois o teste do bafômetro deu 0,82 mg/l, um número 2050% acima do limite de 0,04 mg/l.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 0,04 mg/L é a quantidade que o bafômetro pode tolerar sem penalização ao condutor. Acima desse valor, o motorista está sujeito a penas administrativas, como uma multa e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.
No entanto, se o resultado do teste for igual ou superior a 0,34 mg/l, como foi o caso de Thiago com 0,82 mg/l, o condutor deve ser processado criminalmente. De acordo com o CTB, a pena por dirigir embriagado é de seis meses a três anos de prisão, além da multa e suspensão ou cassação da CNH.
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