7 de fevereiro de 2025

Mulher que matou filha recém-nascida e abandonou corpo em caçamba é condenada por infanticídio


Acusada cometeu o crime em 2020, logo após o nascimento da filha. Ela foi condenada a 2 anos e 9 meses de prisão, que será cumprida em regime aberto. Júri da ré em Belo Horizonte
Marcelo Almeida/ TJMG
Foi condenada, nesta quinta-feira (6), a mulher acusada de matar a própria filha após o parto e abandonar o corpo em uma caçamba, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. O crime aconteceu em março de 2020.
A ré foi condenada por infanticídio – quando uma mulher mata o filho durante o parto ou logo após, sob influência do puerpério – e ocultação de cadáver. Ela deverá cumprir pena de 2 anos e 9 meses de prisão em regime aberto.
Relembre o caso
Em março de 2020, a mulher agrediu a própria filha recém nascida, logo após o parto, causando politraumatismo na bebê. Após a violência, ela deixou a menina trancada dentro de um carro durante toda a noite e, no início da manhã, enrolou o corpo em uma sacola, colocou em uma caixa de sapato e abandou dentro de uma caçamba.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o motivo do crime foi considerado torpe, pois tratava-se de uma gravidez indesejada pela acusada, que considerou que um filho, naquele momento, iria atrapalhar sua rotina de estudos e trabalho. Ao descobrir a gestação, a mulher escondeu do companheiro e familiares para não ser impedida de se desfazer da criança.
Ela teve a filha sozinha, em casa, enquanto o homem e os parentes faziam um churrasco e ouviam música alta.
De acordo com a Polícia Militar (PM), eles foram chamados por pessoas que encontraram o corpo da criança no lixo. Os militares socorreram a menina até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Barreiro, mas a bebê não resistiu aos ferimentos e chegou à unidade de saúde morta.
O que diz a defesa
A defesa da ré alegou que o crime foi um fato isolado na vida dela, causado por depressão. Que ela, inclusive, se reconciliou com a família e cuida da enteada e dos filhos, tendo uma criança de 1 ano e 8 meses, que ainda amamenta, fruto de uma gravidez posterior ao crime.
A mulher, em seu depoimento, disse que nunca teve a intenção de matar a bebê, mas viveu uma intensa pressão e sofrimento durante a gestação, e que não conseguia desabafar com ninguém.
A acusada ainda contou que só se lembra que, no dia do crime, sentiu uma dor muito forte e de ter acordado dentro do banheiro. Ela falou que não se lembra de ter agredido a criança após o parto e não conseguiu entender, logo depois de ter sido presa, o que realmente tinha acontecido.
A ré também afirmou que, só depois de ser atendida por psiquiatras na prisão e começar a tomar remédios, passou a entender a real dimensão dos fatos. E que só então entendeu que teve depressão e sofreu um surto. Disse ainda que, quando deixou a bebê na caçamba, a ideia dela era que alguém a encontrasse viva.
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